Tatuador que ficou cego após ter soda cáustica jogada no rosto por ex-companheira em MS pede indenização de R$ 1,3 milhão

Crime aconteceu em fevereiro de 2023; mulher foi presa em junho deste ano, após ser capturada em Curitiba (PR)

Tatuador que ficou cego após ter soda cáustica jogada no rosto por ex-companheira em MS pede indenização de R$ 1,3 milhão — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Cego após ter soda cáustica jogada no rosto pela ex-companheira no estado de Mato Grosso do Sul em 2023, o tatuador Leandro Coelho Marques, de 32 anos, oficializou nesta semana o pedido de uma indenização de R$ 1,3 milhão por parte da autora do crime, Sônia Obelar Gregório, de 43 anos. A mulher foi presa em junho deste ano, quando foi capturada pela Polícia Civil do Paraná, para onde havia fugido.

O ataque aconteceu em 22 de fevereiro do ano passado, quando Leandro e Sônia já estariam separados. O homem voltava da academia e pilotava uma motocicleta quando encontrou com a ex-mulher em uma rua do bairro Aero Rancho, em Campo Grande (MS). No local, Sônia já aguardava o ex-companheiro com uma jarra de soda cáustica. Quando Leandro se aproximou, ela jogou o produto químico no rosto dele.

Leandro teve queimaduras graves na face e perdeu a visão. Após o crime, Sônia fugiu do estado. Ela foi capturada 16 meses depois, em Curitiba, após a Vara Criminal de Campo Grande expedir um mandado de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima. Ela segue presa no Paraná.

Ao GLOBO, o advogado Gustavo da Fonseca, que representa Leandro, confirmou o pedido de indenização e pensão vitalícia.

— Ela tirou a oportunidade do sustento da vida dele, de poder se manter até atingir o final da vida. Infelizmente a gente sabe que não vai ser uma luta fácil, é um processo que mesmo com sentença favorável o recebimento pode levar muitos anos, mas é o que precisa ser feito — diz o advogado.

Violência doméstica

 

Em nota, a defesa de Sônia diz que o crime é reflexo da “prática reiterada de violência doméstica contra a mulher”, em uma sequência de episódios que assumiu “contornos imprevisíveis”. Segundo o advogado Gulherme Calegari, que representa a autora do crime, ela chegou a registrar ocorrências contra o ex-marido, uma delas em 2021.

“Leandro se aproxima voluntariamente dela com a moto [no dia do crime] e, a partir daí, não se sabe o que ele disse, ou a que tipo de intimidação ela foi submetida, mas aparentemente em um ato de desespero ela arremessou o produto de limpeza nele”, diz a nota.

A defesa da mulher também afirma que ela procurou a polícia na ocasião do crime, alega que a corporação não marcou data e horário para que ela prestasse esclarecimentos. O advogado de Sônia diz, ainda, que entrará com pedido de laudo médico a fim de “mensurar os efeitos psicológicos das agressões e até que ponto isso pode ter influenciado na percepção da realidade dos fatos” por Sônia.