
Candidaturas rivais à da reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro, moveram ações contra a campanha dele neste domingo (18), junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para “impedir uso eleitoral” da viagem presidencial ao Reino Unido.
A Coligação Brasil da Esperança, do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que Bolsonaro “sequestrou” atos oficiais para fazer campanha eleitoral, por ocasião do funeral da rainha Elizabeth II, em Londres. Eles apontam “cunho eleitoral” no discurso do presidente feito na casa do embaixador brasileiro na capital britânica.
A campanha de Lula destaca ainda a presença de pessoas na comitiva presidencial que não tem relação oficial com a representação do Estado Brasileiro, como os filhos Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e o ex-secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten. Para o PT, eles são prova da atuação direta da campanha à reeleição na viagem.
“Bolsonaro, utilizando-se de sua condição de Presidente da República, utiliza-se a estrutura pública para, no bojo de sua missão diplomática oficial, viajar e fazer comício eleitoral, levando consigo apoiadores e membros do staff da campanha”, avaliou a coligação no ofício.
A ação movida por Lula pede que a campanha de Bolsonaro seja proibida de veicular imagens feitas dos compromissos dele em Londres na propaganda eleitoral. Eles pedem ainda que sejam deletados de mídias sociais posts com fotos ou vídeos da viagem presidencial.
Soraya Thronicke
A candidata à presidência da República pelo União Brasil, Soraya Thronicke, entrou com ação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste domingo (18), para pedir que a campanha do candidato à reeleição de Bolsonaro seja impedida de usar imagens da agenda dele em Londres.
Ela considera que o presidente explora, de forma indevida, a atuação como chefe de Estado na cerimônia do funeral da rainha Elizabeth II e na Assembleia-Geral da ONU, o que classifica como desvio de finalidade do uso da máquina pública.
“Não se trata de suspeitas infundadas ou remotas. (Bolsonaro) tem se notabilizado pela utilização de eventos a que comparece na condição Chefe de Estado, custeados com recursos públicos e inacessíveis aos demais candidatos, com posterior divulgação em meios oficiais e redes sociais de campanha, para promoção de sua candidatura à reeleição”, afirmou.
Soraya pede que o TSE conceda liminar para proibir o uso das imagens de Londres na campanha eleitoral de Bolsonaro, além de pedir que ele se torne inelegível, caso a Corte confirme a denúncia de condutas ilícitas.
Procurada pela CNN sobre as duas ações, a campanha de Bolsonaro ainda não se manifestou.