
Os últimos anos, turbulentos, mostraram que as empresas precisam estar muito bem preparadas para cenários de volatilidade e incertezas, por isso, devem ter flexibilidade e robustez. É o que pensa o presidente da Suzano, Walter Schalka. Ele diz que, enquanto a flexibilidade permite a reação rápida a mudanças, a robustez garante o enfrentamento da volatilidade em um prazo mais longo. “Foi dessa forma que conseguimos alcançar, em 2021, o melhor resultado da história da Suzano. A receita anual de R$ 41 bilhões foi consequência de resultados operacionais associados a um cenário favorável de preços globais da celulose e câmbio”, afirma. A Suzano é, mais uma vez, líder na categoria Reflorestamento, Papel e Celulose do Melhores do Agronegócio.
Apesar dos bons resultados, o ano trouxe desafios decorrentes da situação logística global. A flexibilidade da empresa, com atuação em diferentes portos e abastecimento de mercados diversos, permitiu a manutenção da qualidade do serviço. Mas o executivo enumera uma série de outros desafios trazidos com o reaquecimento da economia: falta de contêineres, bloqueio do Canal de Suez, restrições decorrentes da Covid-19 nos portos da China e falta de mão de obra em vários países, além do congestionamento portuário, que fez o tempo médio de viagem para a Europa, que era de 18 dias, subir para 25 dias. “Nosso desafio diário foi garantir que, mesmo diante de um mercado revolto e pressionado, os serviços prestados e o abastecimento aos clientes fossem mantidos.”
Segundo ele, a pandemia não resultou em queda nas vendas totais da companhia. Os produtos da Suzano estão no dia a dia de mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, sob a forma de itens de higiene pessoal, embalagens de papel, folhas de livros, papel para imprimir e escrever, produtos absorventes e outros inúmeros artigos de uso diário.
Na expansão, o ano foi marcado pelo início da construção de uma fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS). É o maior ciclo de investimentos da história da empresa. O aporte é de R$ 19,3 bilhões até 2024, quando entrará em operação. Segundo Schalka, trata-se do projeto mais competitivo dentre todas as fábricas da companhia. “Estamos falando de um dos maiores investimentos do setor privado em curso no Brasil. Com ele, a Suzano irá ampliar em mais de 20% a capacidade anual instalada de produção de celulose, das atuais 10,9 milhões de toneladas de celulose ao ano para 13,45 milhões de toneladas.”
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— Foto: Estúdio de Criação/Ed. Globo
Walter Schalka lembra ainda que a companhia atua diretamente nas metas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “Nossas metas evidenciam como a Suzano vê sua responsabilidade de renovar a forma de produzir, consumir, distribuir valores e nos relacionar com a natureza.” Parte dessa relação se evidenciou no envolvimento da empresa nas discussões que antecederam a COP 27, a conferência mundial do clima, ocorrida no Egito no começo de novembro. “Também é nosso papel ajudar a sociedade a encontrar soluções para as problemáticas estruturais, por isso trabalhamos também em temas de interesse global, como as mudanças climáticas.”, diz. “A responsabilidade vai além da gestão do próprio negócio.”
O executivo é cauteloso ao falar dos desafios que podem surgir no futuro próximo, mas, apoiado nos preceitos de robustez e flexibilidade, mantém o otimismo. “Podemos enfrentar uma recessão global e ter volatilidade nos preços da celulose em 2023. Entendemos que a demanda global por nossos produtos tende a sentir menos o cenário macroeconômico mundial.” O consumo de produtos de higiene pessoal como papel higiênico, explica, está associado a movimentos de maior cuidado com a higiene, a migração das pessoas do campo para os centros urbanos e a preocupação da sociedade com o consumo de produtos mais sustentáveis. “É precisamente o caso da celulose produzida a partir de árvores plantadas”, afirma o executivo.
Ele garante que a Suzano continuará a desenvolver novos mercados para seus produtos, assim como a análise de novos projetos que assegurem o diferencial competitivo de produção.
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