
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou a Operação Custodire, nessa terça-feira (22), em Água Clara, visando proteger uma mulher vítima de diversos tipos de violência doméstica, praticado pelo membro de uma facção criminosa do Estado.
De acordo com a Polícia, o acusado está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande. A mulher conheceu o homem pelo Facebook, quando ele já estava detido, acusado do crime de tráfico de drogas.
Durantes as conversas, ele coagiu a vítima a visitá-lo no presídio, desde 2021. Além disso, ele exigia que ela depositasse regularmente, valores em uma determinada conta, sob pena de morte.
Para que as visitas continuassem, o agressor ameaçava a vítima de causar mal injusto grave aos filhos dela, pois ele afirmava ser membro de uma facção criminosa.
Sempre que ela parava de visitá-lo, ele mandava membros da facção criminosa ameaçá-la e constrangê-la, ocorrendo por pelo menos três vezes.
Segundo a vítima: “uma vez reviraram a casa toda, outra vez quebraram os aparelhos de telefone celular dos meus filhos, quebraram os vidros de casa e colocaram uma arma na minha cabeça e me fizeram ficar de joelhos até que eu aceitasse ir para Campo Grande visitá-lo”, contou.
No dia 18 de fevereiro, ela procurou a Delegacia de Polícia de Água Clara, para pedir medidas protetivas, após ele determinar que ela tivesse relações sexuais com um homem , filmasse o ato e mandasse para ele.
Segundo a vítima, o agressor teria ficado sabendo do envolvimento da Polícia no caso e, supostamente, mandou que integrantes da facção fossem até a casa dela e ateassem fogo, o que de fato ocorreu no dia 20 de fevereiro, por volta das 9 horas.
A vítima, então, foi abrigada provisoriamente na casa de um parente não identificado, porém, o agressor, descobriu o paradeiro dela e mandou que ela fosse levada até Campo Grande para, supostamente, ser “julgada” em um “Tribunal do Crime”. Homens desconhecidos, supostamente vinculados à facção criminosa, foram até Água Clara e levaram a vítima e seus três filhos até Ribas do Rio Pardo, de onde iriam para Campo Grande.
Após a Polícia Civil de Água Clara descobrir que a mulher estava em cárcere, solicitou apoio para a Polícia de Ribas do Rio Pardo, que conseguiram resgatar a mulher. Entretanto, os acusados não foram localizados.
Posteriormente, a família da vítima recebeu uma ameaça do agressor no sentido de que mais duas residências seriam incendiadas em Água Clara. Em razão disso, foi acionada a Polícia Militar, que prontamente passou a fazer a segurança dos endereços, inclusive com reforços de Três Lagoas.
Frente à gravidade dos fatos, a vítima e os filhos foram levados para um abrigo sigiloso, fora do estado.
Foi realizada busca na cela do agressor, na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, onde foram encontrados 11 celulares e anotações referentes a crimes. Além disso, o acusado foi transferido para um local seguro, onde não terá qualquer contato com o mundo externo.