A Procuradoria Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul investigará denúncia de assédio eleitoral ocorrida no município de Coronel Sapucaia com beneficiários do Auxílio Brasil. O caso foi revelado no programa Profissão Repórter, exibido na segunda-feira, 1 na rede Globo.
De acordo com a reportagem, enquanto andava pela cidade para conversar com moradores sobre a sua intenção de voto, o jornalista Caco Barcellos encontrou uma concentração de pessoas em frente ao centro cultural. Ao se aproximar do local, notou que os convocados para a ‘reunião’ – que aconteceu 48h antes do 2º turno das eleições e nenhum dos organizadores sabia dizer o intuito – eram apenas de beneficiários do Auxílio Brasil.
Questionados pelos repórteres da rede Globo se a reunião teria a ver com a votação que se aproximava, os organizadores se reservaram a dizer que o intuito era “demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”.
Uma senhora moradora próximo do local onde acontecia a reunião revelou à reportagem que o evento já ocorria há três dias. “Antes não tinha essa reunião não. Aí ontem eu ouvi falando que, quando acaba, o Rudi [prefeito eleito pelo MDB] dá R$ 59 paracada um”, revelou a também beneficiária do Auxílio Brasil.
A eleição deste ano foi a mais disputada da história do País e culminou na primeira derrota de um presidente que busca a reeleição.
A cidade de Coronel Sapucaia (MS) é um dos três municípios em todo o Brasil em que Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) obtiveram exatamente o mesmo número de votos no primeiro turno: 4.295 votos cada. No entanto, após as reuniões em que os beneficiários do Auxílio Brasil foram coagidos a votar no presidente derrotado Jair Bolsonaro, o número de votos no ex-capitão subiu para 4.530, ou seja, 235 a mais que no primeiro turno. Lula por sua vez, caiu para 4.090 votos, uma perda de 205 eleitores.