
Embora ainda faltem quatro dias para o fim do ano, Mato Grosso do Sul chega ao final 2023 com o menor número de homicídios dolosos da última década. Até esta quarta-feira (27), 444 pessoas haviam sido assassinadas no Estado. E uma das principais explicações é a queda da violência na região de fronteira.
Na comparação com o ano passado, quando 498 homicídios foram registrados, a redução neste ano, até agora, é de 10%. Na última década, o ano com menos mortes havia sido 2019, com 455 casos, de acordo com os dados disponíveis no site da Secretaria de Justiça e Segurança Pública.
Na última década, o ano mais violento em Mato Grosso do Sul foi 2014, com 721 registros. Então, na comparação com aquele ano, a queda em 2023 chega a 38%.

Coincidência ou não, os anos de menor número de assassinatos são exatamente os anos de maior letalidade policial em Mato Grosso do Sul. Em 2023, até agora, a Sejusp aponta 130 mortes de suspeitos em confrontos com policiais.
FRONTEIRA
Se forem levados em consideração somente os números relativos aos municípios que a Sejusp considera como sendo da região de fronteira, os dados são melhores ainda. Em 2014, a secretaria computou 377 assassinatos na região de fronteira, sendo que neste ano foram “apenas” 219, o que representa recuo de quase 42%.
E, assim como no Estado inteiro, a fronteira também teve o ano mais calmo da última década. Em Ponta Porã, principal cidade que faz fronteira com o Paraguai, foram 27 casos até agora, o que é praticamente o mesmo número do ano passado, quando ocorreram 28 homicídios. Mas, na comparação com 2021, a queda é significativa, pois haviam sido 65 registros.

Na segunda maior cidade do Estado e que também está na faixa de fronteira, também foi verificada queda significativa na criminalidade, com 28 registros em 2013. É o menor número em dez anos e é 30% menor na comparação com o ano passado. Se a comparação for com os 82 casos de 2014, o recuo é de quase 67%.
Mas isso não significa que a fronteira esteja pacificada. Em Três Lagoas, na outra extremidade do Estado, na divisa com São Paulo, foram apenas 17 assassinatos até agora em 2023.
São 11 casos a menos que em Ponta Porã, embora a cidade tenha 40 mil habitantes a mais que a cidade da fronteira. Em Três Lagoas, segundo o IBGE, são 132 mil habintantes, ante 92 mil em Ponta Porã.
Capital
Embora não seja o menor número da última década, Campo Grande também apresenta dados bem melhores que no ano passado. Em 2022, a cidade foi palco de 148 assassinatos, ante os 120 registrados até agora, o que significa recuo de 19%. Na comparação com 2014, quanto foram 187 registros, o recuo é da ordem de 36%.
