Ministério Público de MS investiga Suzano por problemas trabalhistas com empresa terceirizada

A empresa era contratada para fornecer mão de obra e veículos de transporte de eucalipto das áreas de floresta até a área industrial da Suzano

Foto: Divulgação

Um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPT-MS) para investiga demissões em massa e o não pagamento de verbas rescisórias a Transportadora Turística Benfica S/A, que prestava serviço para a Suzano.

A empresa era contratada para fornecer mão de obra e veículos de transporte de eucalipto das áreas de floresta até a área industrial da Suzano.

Segundo o MPT-MS, 149 funcionários foram demitidos e além de não terem recebido verbas rescisórias, o depósito do FGTS e 13º salário proporcional dos colaboradores também não foi realizado. Por conta da investigação, o MPT-MS recomendou à indústria de celulose que retenha créditos da contratada até que indenizações sejam regularizadas.

A investigação teve início em dezembro de 2021, por meio de denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Três Lagoas e região e, segundo apurado, o valor da dívida da indústria é de mais de R$ 1,4 milhão.

O Sindicato informou ainda que a Benfica comunicou as demissões no dia 29 de novembro, por meio do WhatsApp, e orientou que o pagamento das indenizações seria realizado com o processo de rescisão de contrato. Em julho do ano passado, a Benfica entrou com pedido de recuperação judicial à Vara Arbitral no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em nota, a Suzano informou que a Benfica Cargas e Logística prestou serviços na área de transporte de madeira para a nossa Unidade Florestal em Três Lagoas e que seu contrato foi rescindido no final de 2021 unilateralmente pela própria prestadora de serviços que, à época, se comprometeu, expressamente, a realizar todos os pagamentos devidos a seus colaboradores.

“A Suzano foi então informada acerca de demissão de colaboradores da Benfica, havendo denúncias no sentido de que verbas devidas a esses colaboradores ainda não haviam sido quitadas. Diante desse cenário, a Suzano iniciou imediatamente tratativas diretamente com a prestadora de serviços com a finalidade de entender o caso e viabilizar o pagamento de valores eventualmente devidos e, desde então, está atuando de acordo com as recomendações feitas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A Suzano reafirma seu compromisso de manter o diálogo aberto com seus fornecedores e respectivos colaboradores e está empenhando todos os esforços cabíveis para evitar que os colaboradores terceirizados sofram qualquer prejuízo”.