Manicure, Rozangela conta que no final de fevereiro precisou procurar unidade de saúde por estar com dor de dente e acabou descobrindo sobre o próprio “óbito”.
“A dentista tentou pedir um encaminhamento e se assustou. Disse que meu cadastro estava constando como morta e não entendeu o que estava acontecendo. Levei um susto, o que é isso. Tô vivinha da Silva aqui”, disse.
Desde então, ela relata que vem tentando entender a situação, além de alterar o cadastro. “Fiquei um par de dias sem dormir, nunca aconteceu nada assim. Me senti humilhada. Fui em vários lugares para tentar resolver, mas ainda não conseguimos. Fiquei chateada, a gente não sabe o que fazer”.
Além de não conseguir o atendimento odontológico, ela explica que foi informada sobre possíveis problemas no futuro. “Isso pode me prejudicar para me aposentar. Falaram para registrar boletim de ocorrência, tentei uma vez e não consegui porque pediram para ter certeza que era fraude. Aí hoje estamos registrando online”, completa.
Nora de Rozangela, Ivete Trovó Aquino, de 25 anos, é quem está acompanhando a manicure em busca de soluções. “Hoje fomos na Sesau [Secretaria Municipal de Saúde Pública) e fizeram um cartão provisório. Após ser resolvido, ela terá de voltar lá e unir os cadastros. Eles não podem cancelar, só a justiça vai poder resolver”.
“Deram os documentos que ligava a um médico de Três Lagoas que lançou no sistema e falaram que se tratava de fraude. Entrei em contato com ele e disse que estavam usando o nome dele, já que ele não pode lançar a certidão de óbito”, Ivete explica.
A reportagem não conseguiu localizar o profissional, cujo nome vai ser preservado.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o caso está sendo investigado na esfera policial por se tratar de possibilidade de fraude. Enquanto isso, Rozangela irá continuar com o cadastro temporário, que será desativado assim que o prontuário registrado em Três Lagoas for resolvido e reativado.