Mãe perde filha de 7 anos e suspeita de erro médico em Três Lagoas

Família de Anna Júlia diz que outras familias contaram de mortes parecidas no mesmo hospital

Caso aconteceu no interior de Mato Grosso do Sul e tem chamado atenção - Crédito: Arquivo pessoal da família

Abalada com a morte da filha Anna Júlia Santos Alves, de 7 anos, a mãe, Glauciene Aparecida Alves, suspeita de possível erro médico, no Hospital Regional de Três Lagoas — a 326 quilômetros de Campo Grande.

Ao Cidade FM 102,9, a mãe informou que a troca de plantão tenha desencadeado eventos que terminaram com a morte da filha.

No sábado (24), Anna Júlia teve uma crise de asma e foi levada para o pronto-socorro, onde recebeu atendimento médico e foi internada para tratamento. No domingo enquanto conversava com a filha no quarto do hospital, recebeu a informação de que teria que se retirar temporariamente para que fosse realizado um procedimento de intubação.

Pouco tempo depois, a mãe e o pai, Laudelino de Oliveira Santos, foram informados de que Anna Júlia sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Glauciene explicou que a pediatra responsável pelo caso mencionou que a glicemia de Anna apresentou uma alteração e seria controlada com insulina, além do desconforto respiratório que seria tratado com oxigênio para aliviar o cansaço.

A mãe foi informada de que a médica esperaria pelo menos três dias para avaliar a evolução do estado de saúde da filha e, se necessário, realizar a intubação não invasiva, uma vez que a criança não suportaria o procedimento.

No entanto, durante a troca de plantão na manhã de domingo, outra médica assumiu o caso e tentou fazer a intubação orotraqueal, o que resultou na morte da criança, segundo Glauciene.

Após o caso o hospital emitiu nota de esclarecimento.

“Os atendimentos prestados na unidade têm como princípio a humanização, qualidade e eficiência, respeitando a individualidade do usuário e integrando rede assistencial capacitada para adotar cada tratamento”, diz o início.

A paciente, segundo a nota, foi admitida pelo Pronto-Socorro em 24 de junho de 2023 às 16h40 em condição grave, tendo sido realizado atendimento adequado para sua estabilização e internada na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, onde apresentou complicações no quadro. “Infelizmente a paciente manifestou parada cardiorrespiratória, sendo realizadas, exaustivamente, manobras de Reanimação Cardiopulmonar, sem sucesso”.

A direção informa, ainda, que sobre este caso específico mantém apuração sobre os procedimentos adotados e, diante da análise junto às equipes técnicas da área da Saúde e jurídica, havendo comprovação sobre possível conduta contestável, tomará providências administrativas.