Litro do etanol diminui 34,3% em 2 anos e MS tem um dos menores preços do País

Mato Grosso do Sul ocupa quinta posição no ranking de menores valores, de acordo com pesquisa da ANP

Em Campo Grande ontem era possível encontrar o litro a R$ 3,29 - GERSON OLIVEIRA

O preço do litro do etanol registra queda de 34,38% no período de dois anos em Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em novembro de 2021, o litro do biocombustível era comercializado, em média, a R$ 5,38, enquanto neste ano é comercializado a R$ 3,53.

No comparativo dos valores máximos praticados em 2022 e neste ano, também é possível observar queda acentuada. Em novembro do ano passado, o litro do etanol hidratado era comercializado a R$ 3,67, enquanto neste mês, entre os dias 5 e 11, o combustível era vendido a R$ 3,53, ou seja, queda de 7,63%.

Ainda de acordo com os dados da ANP, no período, os valores mínimos encontrados em Mato Grosso do Sul foram de R$ 3,45, em 2022, e de R$ 3,19, neste ano. Quando considerado o preço médio comercializado na última semana, em Campo Grande, a redução se acentua, com o litro do etanol vendidoa R$3,39.

No ranking de preços divulgados no último levantamento da ANP, o Estado aparece na quinta posição com o litro do etanol mais barato comercializado no País (R$ 3,53), ficando atrás de Mato Grosso (R$ 3,24), Goiás (R$ 3,29), São Paulo (R$ 3,44) e Minas Gerais (R$ 3,48).

O diretor-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro), Edson Lazarotto, aponta que, com os preços praticados no Estado, foi identificado um aumento no consumo do biocombustível.

“Em 2021, no Estado, o volume médio comercializado de etanol foi de 14,692 milhões de litros, enquanto em 2022 a média de venda ficou em 12,025 milhões de litros, período em que é possível observar uma redução”, aponta o presidente do Sinpetro.

Lazarotto apresenta ainda dados deste ano: somente no primeiro semestre, os consumidores de Mato Grosso do Sul adquiriram uma média de 10,815 milhões de litros de álcool. Na comparação com o volume médio total do ano anterior, este ano deve ultrapassar a quantidade comercializada. “Observa-se que, caso se mantenha o índice de consumo, teremos um aumento de volume para o etanol na ordem de 67%”, avalia.

Para o representante dos empresários do ramo de combustíveis de MS, o crescimento se deve à competitividade que o produto obteve perante a principal concorrente, a gasolina. “O consumidor está optando por abastecer seu veículo com o biocombustível”, frisa Lazarotto.

Atualmente, na comparação de preços, o etanol está competitivo em relação à gasolina, uma vez que, para que a troca compense, é preciso dividir o valor do etanol pelo da gasolina e o resultado deve ficar abaixo de 0,7. Por exemplo, ao dividir R$ 3,53 (etanol) por R$ 5,47 (preço médio da gasolina), o resultado é 0,6, ou seja, a troca compensa em Mato Grosso do Sul.

CAMPO GRANDE 

De acordo com levantamento de preços realizado pela ANP no período de 5 a 11 deste mês, o preço médio do litro do etanol hidratado é de R$ 3,39. Já o menor valor de venda é de R$ 3,28, e o maior, de R$ 3,79.
A gasolina comum, principal combustível fóssil consumido, no mesmo período, em Campo Grande, era comercializada em média a R$ 5,34 por litro. Ainda conforme levantamento da ANP, o menor preço encontrado na Capital na última semana ficou em R$ 5,24, e maior, em R$ 5,58.

Em Campo Grande, o preço do litro do etanol está em patamar parecido ao praticado durante o pico da pandemia de Covid-19, em 2021, abaixo de R$ 4.

“Sempre que a gasolina sobe, há espaço para aumento do etanol. E sempre que a gasolina cai, o produtor de etanol não consegue vender se não baixar o preço também”, explica o mestre em Economia Lucas Mikael, levando em consideração os fatores que podem afetar os valores do produto.

O economista acrescenta que o consumidor vai naturalmente abastecer mais com o biocombustível com o aumento da gasolina.

“É importante destacar também que há fatores secundários que afetam o preço do etanol, como a entressafra e as questões climáticas, realidade vivida atualmente no Estado”, ressalta Mikael.

CENTRO-OESTE

Pesquisa divulgada pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL) aponta que, em outubro, o preço médio do litro do etanol fechou o mês a R$ 3,65 na Região Centro-Oeste, média mais baixa do País, após recuo de 0,82% quando comparado com a primeira quinzena do mês.

Já o litro da gasolina recuou 0,33% e foi encontrado a R$ 5,96. O preço do diesel comum registrou redução de 0,31% e foi vendido a R$ 6,34, enquanto o diesel tipo S10 foi encontrado a R$ 6,55, ou seja, 0,15% mais barato.

Entre os destaques nacionais, Mato Grosso comercializou o etanol mais barato do País, enquanto Goiás registrou a redução mais expressiva no preço do litro do combustível.

“O etanol foi considerado economicamente mais vantajoso para abastecimento em todo o Centro-Oeste, além de ser ecologicamente mais viável, por ser capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, analisa Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.