Irmã Dulce é proclamada a primeira santa nascida no Brasil

Saiba quais são os dois milagres que levaram a freira baiana a ser canonizada

O papa Francisco proclamou neste domingo a religiosa Irmã Dulce como a primeira santa nascida no Brasil, durante uma cerimônia realizada no Vaticano.

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, conhecida como “Irmã Dulce”, era muito conhecida pela dedicação aos pobres e aos mais necessitados.

Na cerimônia no Vaticano também subiram aos altares outros quatro santos: o cardeal britânico John Henry Newman, a religiosa italiana Giuseppina Vannini, a indiana Maria Teresa Chiramel e a suíça Marguerite Bays. EFE.

MILAGRES

Hoje com 50 anos de idade, o homem ficou cego após um glaucoma e voltou a enxergar após 14 anos depois de rogar para que Irmã Dulce o ajudasse a curar a dor provocada por uma conjuntivite.

O milagre teria ocorrido após o homem pedir a Irmã Dulce para interceder por ele pouco antes de dormir, por causa das dores que estava sentindo. Quando acordou, no dia seguinte, o homem havia melhorado da doença e voltado a enxergar.

O glaucoma danifica o nervo que liga o olho ao cérebro e, conforme especialistas, é cientificamente impossível que uma pessoa sem o nervo ótico saudável possa enxergar. É possível tratar a doença com colírios e até mesmo com cirurgia, para reduzir a pressão ocular, mas uma vez que a pessoa perde a visão, não consegue mais recuperar.

O primeiro milagre reconhecido de Irmã Dulce, que levou à sua beatificação, ocorreu em 2001, nove anos após sua morte. Foi um caso de pós-parto de uma moradora da cidade de Malhador, no interior de Sergipe.

De acordo com o médico Sandro Barral, um dos investigadores e peritos que confirmaram o milagre, a paciente apresentava um quadro de forte hemorragia não controlável. Em um período de 18 horas, a mulher chegou a passar por três cirurgias, mas o sangramento não cessava. Contudo, sem nenhuma intervenção médica, e após pedir a intercessão de Irmã Dulce, a hemorragia subitamente parou e a paciente se recuperou.

Três graças alcançadas por devotos, após orações a Irmã Dulce, estavam sendo analisadas pelo Vaticano, com vista no processo de canonização da religiosa. Esses três casos foram enviados ao Vaticano pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em 2014, após análise de profissionais da própria instituição.

A canonização de Irmã Dulce foi a terceira mais rápida da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte).