
Nesta quinta-feira (03), a Polícia Civil de Brasilândia finalizou a investigação de um crime de abuso sexual infantil ocorrido na última sexta-feira (27). A vítima, uma criança de apenas dois anos, recebeu os primeiros atendimentos no hospital da cidade em seguida, foi transferida para Campo Grande para cuidados especializados.
O padrasto, principal suspeito, foi preso em flagrante, negando as acusações inicialmente. Durante as investigações, a polícia apreendeu uma fralda com vestígios de sangue e um lençol, ambos encaminhados para perícia. Também foi realizada a coleta de material genético do suspeito, e colhidos depoimentos de diversas testemunhas, incluindo a mãe da criança.
Conforme informações da Polícia Civil, exames apontaram lesões na cabeça da criança, uma marca de mordida e graves ferimentos em sua genitália.
Em um novo interrogatório, nesta terça-feira (01), o suspeito confessou parcialmente o crime, alegando que teria acordado com o choro da criança, que supostamente teria caído da cama e machucado a cabeça. Ele afirmou que, ao trocar e dar banho na vítima, acabou, por estar nervoso, introduzindo dois dedos na genitália da criança, causando as lesões.
Conforme o suspeito, ao notar o sangramento, ele subestimou a gravidade do ferimento e decidiu ir trabalhar. Quanto à mordida, alegou que foi causada pelo cachorro de estimação.
Contudo, laudos periciais e demais indícios obtidos durante a investigação, contradizem essa versão. As provas apontam que a lesão na cabeça da criança foi causada por agressão em razão a trauma contuso, a mordida é compatível com a de um ser humano adulto, e as lesões genitais foram graves e provocadas intencionalmente.
A vítima passou por cirurgia de reconstrução vaginal e permanece internada em quadro estável.
O suspeito permanece preso e foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável majorado, lesão corporal no contexto de violência doméstica e tortura majorada, no caso em questão, o autor não apenas cometeu abuso sexual, mas também submeteu a vítima a agressões físicas, como as mordidas e demais lesões, visando puni-la ou submetê-la ao seu controle e poder.
Segundo a Polícia Civil, esses atos de violência física e psicológica provocam sofrimento profundo, caracterizando o crime de tortura. As penas somadas pelos crimes podem superar 30 anos de reclusão.