
Estimativa foi apresentada durante um encontro que ocorreu em Brasilândia-MS, e reuniu propostas para prevenir acidentes na área.
Estima-se que 1.613 hectares foram incendiados na Reserva Particular do Patrimônio Natural Cisalpina, sofrido entre os dias 11 a 15 de julho, correspondendo a cinco vezes a área urbana total do município de Brasilândia ou 2.200 campos de futebol. Os dados foram apresentados na tarde de sábado (20), durante a reunião para discutir o acidente, promovido pela Associação Instituto Cisalpina de Pesquisa, Educação Socioambiental e Defesa do Patrimônio Cultural de Brasilândia (MS).
Segundo o consultor ambiental da Catena Planejamento Territorial, Tiago Broetto, a equipe colaborou com o levantamento prévio do local e fez o registro antes e depois da queimada. Embora ainda seja uma estimativa e não tendo a noção exata da perda de mata verde, a equipe se dispôs a realizar um treinamento gratuito e ferramentas para realizar o mapeamento do local sofrido pelo incêndio.
Além da apresentação desses dados, a reunião contou com a apresentação de outros representantes para debater sobre o assunto e junto com a população interessada reunir propostas para evitar queimadas no local da Reserva. No total foram levantadas 26 sugestões por escrito.
Fernando Brandão de Andrade, ex-funcionário da CESP e mestre em Geografia pela UFMS/Três Lagoas, falou sobre o processo de proteção e criação da Reserva Cisalpina, que ocorreu entre o final da década de 90 e início de 2000, na qual participou ativamente no processo de implementação.
“Com a participação de outros órgãos, ajudamos na proteção do local e evitamos a retirada irregular de extração de madeira e criação irregular do gado. Deve haver uma parceria entre o poder público e entidades para que se tenha um trabalho efetivo”, disse.
A professora da UFMS – Três Lagoas, Maria José Alencar Vilela, que é doutora em Ecologia e Recursos Naturais apresentou os trabalhos de pesquisa sobre a Reserva Cisalpina, que vai desde artigos acadêmicos, iniciação científica, trabalhos de conclusão de cursos, teses de mestrados e doutorados realizado pelas universidades que já foram concluídos e outros em andamentos, com previsão para até 2023.
A advogada e coordenadora da Comissão de Meio Ambiente da OAB 2ª Subseção de Três Lagoas, Izadora Luiza Pontes, falou sobre o princípio In Dúbio Pro Natura ou seja, um fundamento utilizado pela magistratura na solução de conflitos e na interpretação das leis sobre danos ambientais e está ganhando força no Superior Tribunal de Justiça em direito ambiental.
O presidente do Instituto Cisalpina, Carlos Alberto dos Santos Dutra, popular Carlito, encerrou a rodada de apresentações na qual elencou uma série de questionamentos acerca do incêndio ocorrido na Reserva da Cisalpina, com objetivo de levar os presentes a refletirem sobre o caso.
Após as apresentações, a população elaborou sugestões de iniciativas que possam evitar esse tipo de acidente, bem como fomentar a biodiversidade existente na Reserva Cisalpina. As propostas serão sistematizadas pela bióloga Florinda Débora Ladeia e o gestor ambiental Júlio Cézar do Amaral, diretores do Instituto Cisalpina e encaminhadas às autoridades, entidades e empresas que dispõem de passivos ambientais no município.