Governo trabalha com risco de ‘sufoco’ energético também em 2022

Avaliação feita pelo ONS considera que o país iniciará o ano com os reservatórios em níveis bem piores do que no início de 2021

Foto: Jornal de Brasilia

A decisão de contratar térmicas emergenciais para reforçar o setor elétrico em 2022, anunciada nesta quinta (11), foi baseada em estudo que indica risco de crise energética também no próximo período seco, que se inicia no outono do ano que vem.

Avaliação feita pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) considera que o país iniciará o ano com os reservatórios em níveis bem piores do que no início de 2021 e que a ocorrência do fenômeno La Niña manteria o baixo volume de chuvas.

Os detalhes ainda não foram divulgados, mas segundo o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, a conclusão é que, nesse cenário, a entrada de novos projetos de geração previstos pode não ser suficiente para garantir alguma folga no sistema no período seco de 2022.

“Para não ficar no sufoco e ter alguma chance de recuperar os reservatórios precisamos contratar mais geração”, disse ele à Folha neste sábado (11), em viagem de comitiva do governo para cerimônia de início das operações de linha de transmissão que amplia a capacidade de exportação de energia do Nordeste.

A contratação emergencial foi sugerida pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) na semana passada e aprovada pela Creg ( Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) na quinta, movimento que preocupa o mercado pelo potencial de pressão sobre a conta de luz.

“A geração de energia cai na conta do consumidor. Evidentemente que a geração de energia é para os consumidores”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando questionado sobre os custos das térmicas em entrevista após a cerimônia em Janaúba (MG).

Ele defendeu, porém, que o governo optou por contratos mais longos para garantir previsibilidade aos investidores, que poderiam negociar melhores preços de combustíveis e oferecer energia mais competitiva nos contratos emergenciais.

“Vamos fazer contratos de cinco anos e isso vai proporcionar baixar o custo dessa energia”, disse. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) está elaborando o edital de um leilão para contratar as térmicas.

Como a geração deve ser iniciada já em abril, o leilão será disputado por projetos prontos e hoje sem contratos. São usinas que o governo já vem acionando agora no esforço para reduzir o risco de racionamento até o início das chuvas de verão.

Uma delas é térmica William Arjona, localizada no Mato Grosso do Sul, a mais cara do país, com tarifa de R$ 2.443 por MWh (megawatt-hora). O elevado uso dessas usinas levou à criação de uma taxa de escassez hídrica sobre a conta de luz, com a cobrança de R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.

O MME e o ONS dizem que a contratação das térmicas por prazos mais longos vai garantir também a recuperação mais acelerada dos reservatórios das hidrelétricas para níveis mais confiáveis nos próximos anos.

“Teremos que reencher nossos reservatórios e como isso vai ser feito? Não só com as chuvas, mas também com a utilização de outras fontes energéticas, como eólica, solar, biomassa e também com térmicas”, disse o ministro.

Ele voltou a afirmar que as medidas já tomadas pelo governo evitam o risco de apagões em 2021 e rebateu críticas ao ritmo de reação à crise. “Quem diz que demoramos não entende do setor elétrico, que há 20 anos não constrói hidrelétricas com reservatório”, rebateu.

Segundo Albuquerque, ações emergenciais vêm sendo adotadas desde outubro, mas não seria viável manter grande geração térmica no início do ano, já que a usina de Belo Monte tem seu pico de geração justamente nesse período.

O MME e o ONS dizem que a contratação das térmicas por prazos mais longos vai garantir também a recuperação mais acelerada dos reservatórios das hidrelétricas para níveis mais confiáveis nos próximos anos.

“Teremos que reencher nossos reservatórios e como isso vai ser feito? Não só com as chuvas, mas também com a utilização de outras fontes energéticas, como eólica, solar, biomassa e também com térmicas”, disse o ministro.

Ele voltou a afirmar que as medidas já tomadas pelo governo evitam o risco de apagões em 2021 e rebateu críticas ao ritmo de reação à crise. “Quem diz que demoramos não entende do setor elétrico, que há 20 anos não constrói hidrelétricas com reservatório”, rebateu.

Segundo Albuquerque, ações emergenciais vêm sendo adotadas desde outubro, mas não seria viável manter grande geração térmica no início do ano, já que a usina de Belo Monte tem seu pico de geração justamente nesse período.

O MME e o ONS dizem que a contratação das térmicas por prazos mais longos vai garantir também a recuperação mais acelerada dos reservatórios das hidrelétricas para níveis mais confiáveis nos próximos anos.

“Teremos que reencher nossos reservatórios e como isso vai ser feito? Não só com as chuvas, mas também com a utilização de outras fontes energéticas, como eólica, solar, biomassa e também com térmicas”, disse o ministro.

Ele voltou a afirmar que as medidas já tomadas pelo governo evitam o risco de apagões em 2021 e rebateu críticas ao ritmo de reação à crise. “Quem diz que demoramos não entende do setor elétrico, que há 20 anos não constrói hidrelétricas com reservatório”, rebateu.

Segundo Albuquerque, ações emergenciais vêm sendo adotadas desde outubro, mas não seria viável manter grande geração térmica no início do ano, já que a usina de Belo Monte tem seu pico de geração justamente nesse período.

Do lado da demanda, o ONS informou que recebeu da indústria propostas para deslocar o consumo para fora dos horários de pico com um volume total de 237 MW em setembro. Ciocchi evitou avaliações sobre o a oferta dizendo que o processo é novo no país e não há bases de comparação.

Também não há ainda avaliações sobre a resposta dos consumidores residenciais ao programa que bonifica a redução voluntária de consumo, já que dados consolidados devem ser apresentados pelas distribuidoras de energia só no fim do mês.

O repórter viajou a convite do MME.