
O Mato Grosso do Sul faz parte do primeiro projeto brasileiro aprovado pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), após 12 anos sem apresentar novos projetos, já que desde 2015 o país estava impedido por inadimplência de US$ 99 milhões (R$ 602,9 milhões na cotação atual) com o Fundo.
Trata-se da construção de um anel viário em Amambai, do qual abrange rodovia MS-386, com início na saída para Ponta Porã, passando pela saída para Caarapó, Tacuru, na MS-156, e seguindo até a saída de Juti, na MS-289. O projeto visa diminuir o fluxo de centenas de veículos diários que escoam a produção e, atualmente, transitam pelo centro da cidade.
Ao todo, o Fundo vai “doar” US$ 5,1 milhões (R$ 31 milhões na cotação atual), 72,16% do total (US$ 7.067.400,00) para realização da obra. Em abril deste ano, quando o governador Eduardo Riedel e a ministra Simone Tebet anunciaram a aprovação de verba para três obras (incluindo o anel viário em Amambai), o prefeito do município, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira (PSDB), classificou a construção de “suma importância”.
“A gente tem a agricultura em expansão no município e, com isso, aumenta muito a demanda do trânsito de veículos. Cerca de 800 caminhões por dia passam pelo centro da cidade e, consequentemente, acabam acontecendo acidentes, muitas vezes fatais”, disse o chefe do executivo de Amambai em abril deste ano.
Além deste, outros dois projeto em Mato Grosso do Sul já foram aprovadas e estão “no aguardo” para terem valores aportados pelo Fundo, sendo um programa de desenvolvimento na faixa de fronteira de Ponta Porã, no valor de US$ 7 milhões (R$ 42 milhões), e outro é um projeto de redução nos níveis de perdas de água, em Corumbá, avaliado em cerca de US$ 9,1 milhões (cerca de R$ 55 milhões).
“Quitamos todas as dívidas para que os municípios de fronteira pudessem ter este financiamento. Em Mato Grosso do Sul temos três projetos aprovados, isso é resultado de muito trabalho da parceria do Governo Federal de Mato Grosso do Sul”, afirmou a ministra de Planejamento e Orçamento Simone Tebet.
A previsão é que o anel viário comece a ser executado no primeiro semestre de 2025, mas antes precisa passar pelo processo licitatório.
Mercosul & MS
O acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), finalizado nesta sexta-feira (06), em Montevidéu, no Uruguai, promete transformar a economia de Mato Grosso do Sul, ao facilitar a exportação de carne e grãos, reduzir barreiras à importação de máquinas agrícolas e atrair investimentos.
A iniciativa, que reforça compromissos com a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico, abre novas perspectivas para geração de empregos e ampliação de renda no Estado.
A conclusão das negociações de um dos maiores acordos bilaterais de livre comércio do mundo ocorre após 25 anos de tratativas. A parceria abrange cerca de 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 22 trilhões, prometendo grandes impactos nas economias.
Para Mato Grosso do Sul, conhecido por sua força no agronegócio, o impacto será direto, por meio da eliminação de barreiras tarifárias e do fortalecimento do comércio exterior, com destaque para a carne bovina, os grãos e os investimentos em tecnologia.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, explica que este acordo é discutido desde 1999 e tem como grande ganho para o Estado a criação de um novo marco de negociação com a Europa. Especialmente, considerando medidas recentes, como as questões ambientais e sanitárias da União Europeia, como o programa de desmatamento e a cobrança pela redução de carbono.
“A ideia é que os nossos produtos possam chegar sem restrições e com redução tarifária. A União Europeia é um grande mercado para qualquer produto. Quando a gente olha do agronegócio, aqui [temos produtos como] a celulose, a soja, a carne e o couro. Então, nós temos, na verdade, um grande potencial de venda de produtos para a União Europeia”, detalha.