
A cena já virou rotina: o frentista, o consumidor, a bomba de combustível. Mas, desta vez, entre os dias 16 e 20 de dezembro, Mato Grosso do Sul ganhou um enredo diferente, com a chegada da fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entre bicos abastecedores e teor alcoólico fora de padrão, nove postos nos municípios de Água Clara, Paranaíba e Aparecida do Taboado foram vistoriados, e quatro acabaram interditados.
Os números ilustram uma operação que se espraia por 12 estados brasileiros e mira a qualidade do combustível, o cumprimento das normas de segurança e, sobretudo, os direitos do consumidor. Para quem abastece, a rotina de gasolina, etanol e diesel tem regras que nem sempre aparecem no painel da bomba.
Em Paranaíba, dois postos foram interditados. Um deles, por vender óleo diesel B S10 fora das especificações. O outro, por irregularidades no fornecimento de volume em dois bicos abastecedores de gasolina comum – um problema que pode parecer pequeno, mas que pesa quando você imagina milhares de litros “encurtados”. Para piorar, o posto sequer tinha o equipamento necessário para realizar o teste de volume, algo que o consumidor tem direito a solicitar.
Já em Água Clara, um posto foi flagrado vendendo etanol hidratado com problemas na massa específica e no teor alcoólico, dois fatores que comprometem diretamente o desempenho do veículo. Resultado? Interdição imediata.
Em Aparecida do Taboado, as infrações soaram menos drásticas: dois postos foram autuados, mas não interditados. Motivo? Ausência de registros sobre drenagens de fundo de tanque de diesel e falta de informações claras nos painéis de preços.
Durante as vistorias, a ANP coletou quatro amostras de combustíveis, que agora serão submetidas a análises laboratoriais. Esse esforço faz parte de uma série de operações que inspecionam desde o volume fornecido pelas bombas até a documentação obrigatória dos estabelecimentos.
Apesar da fama de burocrática, a ANP carrega nos detalhes. Seus agentes verificam autorizações de operação, movimentações de combustíveis e até a adequação dos equipamentos e instrumentos de medição. Para o motorista, as interdições podem soar distantes, mas revelam algo essencial: a preocupação com aquilo que entra no tanque do carro – e o impacto no bolso e na estrada.