Mato Grosso do Sul encerrou o 1º quadrimestre de 2024 com o fechamento de 10.842 empresas, um aumento significativo de 33,8% em comparação com o último quadrimestre de 2023, conforme o relatório Mapa de Empresa, divulgado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Com esses números, o Estado ocupa a terceira posição nacional em percentual de empresas fechadas nos primeiros quatro meses deste ano.
Comparado ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 20,2% no número de empresas que encerraram suas atividades em Mato Grosso do Sul. Esse cenário reflete os desafios econômicos enfrentados pelos empresários, conforme explica o contador e professor universitário Heber Castilho. “O panorama econômico do país, com inflação crescente e altas taxas de juros, tem reduzido o poder de compra dos consumidores e aumentado o custo operacional das empresas, dificultando a sobrevivência no mercado”, destaca Castilho.
Além dos fatores macroeconômicos, Castilho ressalta a má gestão como um fator determinante para o fechamento dos negócios. “Mesmo com consultorias disponíveis, até gratuitas, muitos empreendedores iniciam seus negócios sem preparo adequado para lidar com os desafios diários da gestão empresarial”, explica. Para ele, a má gestão é o maior desafio enfrentado pelos empresários atualmente.
Abertura de novas empresas e crescimento do MEI – Apesar do aumento no fechamento de empresas, o saldo de abertura no estado foi positivo, com a criação de 8.595 novos negócios. No total, foram registrados 19.437 novos empreendimentos no período, com destaque para o aumento de mais de 30% no registro de Microempreendedores Individuais (MEI), o que demonstra uma tendência de formalização de pequenos negócios.
Diante desse cenário, Heber Castilho sugere a capacitação contínua como uma das principais soluções para melhorar a gestão e a sobrevivência das empresas. “Com o acesso ampliado à internet e a diversas ferramentas tecnológicas, tornou-se mais fácil o contato com profissionais especializados e a realização de cursos de capacitação em gestão empresarial”, afirma. Castilho enfatiza que a formação contínua deve ser uma meta de todo empreendedor que deseja manter seu negócio sustentável.
Além da capacitação, o contador destaca a importância de um planejamento estratégico claro, com metas bem definidas e acompanhamento constante para ajustes necessários. “Uma gestão financeira consciente não só melhora a aplicação de recursos, mas também ajuda na gestão eficaz das despesas e na estruturação adequada do recolhimento de tributos”, aconselha.
