Estudantes homenageiam profissionais do Hospital de Brasilândia

Ação fez parte de uma atividade desenvolvida pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Adilson Alves da Silva

Estudantes do 1º do Ensino Médio da Escola Estadual Adilson Alves da Silva, de Brasilândia (MS), surpreenderam no último dia 03 de agosto, os profissionais do Hospital Júlio César Paulino Maia, com a entrega de balas baianas e uma mensagem de gratidão escrita pelos próprios alunos.

A ação foi liderada pela professora Marciana Santiago de Oliveira, na qual ministra uma nova disciplina que está na grade curricular do Ensino Médio chamada “Projeto de Vida”, que tem como objetivo em trabalhar as competências socioemocionais do aluno, como por exemplo, a empatia, a resiliência, a mobilização social e o autocuidado.

Dentro desta disciplina, a professora foi mediadora da atividade “Ubuntu”, na qual se trata de um provérbio africano com a frase: Eu sou o que sou, porquê somos todos nós. “Não tem como eu pensar em ser feliz, estar bem em minha casa, se tem alguém passando a necessidade. A atividade se dividiu em três ações: a de homenagear um grupo, se colocando no lugar do outro, que foram os trabalhadores em saúde; a outra linha foi a arrecadação de alimentos para famílias em estado de vulnerabilidade nesta Pandemia e arrecadação de roupas para doação as peças”, explicou.

Sobre a homenagem, Marciana disse que propôs para os 30 alunos o desafio de escreverem mensagens de gratidão a todos os profissionais da Saúde, com o objetivo de se colocar no lugar do outro e a mãe de uma das alunas ajudou na produção das balas baianas. “Uma aluna representou a sala e entregou para a diretora do Hospital, a enfermeira Marcilene a homenagem. Foi muito emocionante e o nosso objetivo foi alcançado, em nessa homenagem dos alunos aos profissionais para que vissem naquele gesto a gratidão pela realização deste trabalho”, disse a professora.

 

Marciana disse que esse foi um dos projetos que mais se identificou em realizar. “Eu achei interessante a forma que os alunos se colocaram no lugar dos profissionais, em como a gente precisa respeitar e que estão na linha de frente. Além da Pandemia, que trouxe o respeito e a valorização, pois os profissionais renunciam o colo da família para cuidar dos outros”, falou.

 

A estudante Giovana do Nascimento de Jesus, que esteve no dia da entrega e representou todos os alunos que elaboraram a atividade, se emocionou este gesto organizado pelos seus colegas de sala de aula. “E depois em casa parando pra pensar, cheguei à conclusão de que devemos respeitar muito esses guerreiros que estão ali todos os dias lutando por nós nessa Pandemia e colocando as suas próprias vidas em risco pela nossa, deixando suas famílias, preocupações em casa e vindo ali no hospital todos os dias, em plantões longos se dedicando cada vez mais e sempre com um sorriso no rosto”, disse.

 

LECIONAR EM TEMPO DE PANDEMIA
Outro assunto tocado pela professora Marciana é como tem sido lecionar em tempo de Pandemia, em que desde março as aulas estão sendo remotas.

É totalmente diferente do que já tinha vivido e estudado. Primeiramente o desgaste, por sermos uma cidade pequena e ter vínculo indireto e direto com as todas as pessoas que já sofreram com a doença. Há essa questão emocional dos vínculos e a educação não pode parar“, disse sobre a proximidade entre as pessoas e isso também afeta o psicológico do professor.

Além disso, Marciana entende que as aulas remotas mostraram o outro lado da educação em relação às novas tecnologias. “Há uma precariedade do trabalho docente, a gente ouve um discurso muito forte de que o professor não está trabalhando e pelo contrário. Não são todos os professores que tem oportunidade e formação para utilizar os materiais. A gente teve que aprender e ao mesmo tempo lecionar. Além da desigualdade dos alunos veio à tona, pois alguns têm acesso à internet boa e computador, enquanto outros não têm nem seus próprios materiais. A escola até oferece o material impresso para esses estudantes, mas vemos que nesse momento isso fica mais acentuado“, disse.

Por outro lado, a professora de história reconhece outros fatores neste momento de Pandemia. “Eu tenho comigo que o processo de ensino aprendizagem vai além dos muros da escola, talvez esse o lado positivo disso tudo, de pensar que no meio desse caos há outras habilidades e competências de aprendizagem, como elaborar um vídeo ou a autonomia do estudo mediado pelo professor. Algumas possibilidades que vai acontecendo por meio da própria educação. No meu ponto de vista o ano letivo deveria ser cancelado, como vínculo e não como obrigatoriedade, seria outra perspectiva de aprendizagem aos alunos“, ressaltou.