Em MS, 10 mil pessoas convivem com AIDS e tratamento faz parte da rotina

Especialistas afirmam que não há cura para a doença, mas há tratamento

Dia Mundial em combate à Aids é celebrado em 1º de dezembro - Divulgação

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao Correio do Estado, apontam que 10.206 pessoas convivem diariamente com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), mais conhecido como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), em Mato Grosso do Sul.

Números mostram que 1.011 casos foram registrados em 2022, 1.210 em 2021 e 1.011 em 2020. Os municípios que registraram mais testes positivos, neste ano, foram Campo Grande (405), Dourados (143), Três Lagoas (95).

Em entrevista ao Correio do Estado, o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, Sandro Benites, afirmou que há aumento de casos entre jovens e que haverá campanha em combate à doença.

“Jovens não estão se cuidando. A Sesau fará a busca ativa em relação a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis”, disse.

A epidemia ocorreu em 1980, mas, até hoje, é temida. Pelo fato da doença não haver cura, é vista como “sentença de morte” por milhares de pessoas.

Algumas pessoas até sofrem preconceito por serem soropositivas. É importante lembrar que não se pega HIV por meio de beijo, aperto de mão, abraços, contato com fluidos corporais (lágrimas e suor), piscina ou ar. Portanto, não há motivo para afastar-se de uma pessoa soropositiva.

De acordo com a infectologista, do Hospital Unimed, Haydée Marina do Valle Pereira, a doença não tem cura, mas tratamento sim.

“Não existe cura para o HIV, mas o portador do vírus deve fazer tratamento com medicamentos, que é a terapia antirretroviral (ART), para ajudar a impedir a manifestação do HIV e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico”, explicou.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) afeta o sistema imunológico e dificulta que o organismo se defenda de outras infecções.

A doença é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Existem pessoas que tem AIDS e transmitem a doença e outras que não transmitem.

Advogado de 30 anos, que não quis ser identificado, descobriu que era soropositivo durante exames de rotina e diz que apesar do susto ao receber o diagnóstico, percebeu que é possível conviver com o vírus de forma tranquila.

“Em 2019 recebi o diagnóstico de que eu era soropositivo. Na hora foi horrível, quase uma sentença de morte para mim, principalmente porque sempre me cuidei muito e não sei como posso ter contraído o vírus, mas meu médico me tranquilizou e logo iniciei o tratamento. Pouco tempo depois, já me tornei indetectável e levo uma vida tranquila, saudável”, contou.

“A pessoa soropositiva e não detectável é quando ela faz a carga viral e vem com resultado indetectável no sangue, não se consegue pegar nenhuma cópia no sangue do HIV. Nesse caso ela não transmite o vírus para outras pessoas”,detalhou Haydée.

Sintomas
Os sintomas da doença são:

Febre

Fraqueza

Mal-estar

Emagrecimento

Diarreia prolongada

Dores e inchaço na região genital

Sapinho

Inchaço nos gânglios

Erupções na pele

Língua branca e úlceras

Transmissão
As formas de contrair a doença são:

Relações sexuais desprotegidas

Compartilhamento de objetos perfurocortantes (seringas, agulhas)

Transfusão de sangue

Amamentação – mãe para filho

Prevenção
As formas de evitar a doença são:

Uso de preservativo durante as relações sexuais

Utilização de seringas e agulhas descartáveis

Uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais

Testar sangue e hemoderivados antes de transfusão sanguínea

Tratamento
O tratamento da AIDSé feito com o uso de medicamentos antirretrovirais, que são capazes de impedir a multiplicação do vírus HIV.

A pessoa que é soropositivo deve tomar o remédio diariamente, no mesmo horário. O remédio é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).