
“Não parecia algo real. Parecia que eu estava vivendo um sonho e ainda acho que só vai cair a ficha quando eu ligar a televisão e assistir”, afirma a atriz e modelo sul-mato-grossense Dandara Queiroz, que aos 25 anos, estreia no episódio “Pintadas”, da série “Falas da Terra”, no dia 17 de abril, logo após o BBB 23, da Rede Globo.
Dandara, que nasceu em Três Lagoas, cidade distante a 311 km de Campo Grande, tem uma longa conexão com o estado e, por isso, foi selecionada para realizar um teste para a série.
“Deus me colocou num projeto que tinha que ser o meu primeiro projeto mesmo. A sensibilidade daquela equipe, a história de vida de cada um. Era a primeira vez de muitos ali também. Foi uma conexão que acho que a energia que atraiu e a gente estava na mesma frequência. Eu recebi o convite da Letícia (Naveira) por e-mail e nas redes sociais. Eu venho do Mato Grosso do Sul e a série fala do povo guarani-kaiowá e ela sabia que eu tinha essa conexão com o estado. Fiquei muito animada com o convite”, explica.
Morando em São Paulo, Dandara é modelo e começou “tarde”, segundo ela, com 23 anos. “Estudei e me tornei uma pessoa mais madura para estar longe da família, numa cidade maior, com perigos, tecnologia, informações diversas. Foram mais de 250 trabalhos nesses dois anos. Conheci muitas pessoas, viajei o Brasil todo e até para fora”, pontua.
Exibida na semana do Dia dos Povos Indígenas, a trama integra a antologia ‘Histórias Impossíveis’, sendo protagonizada por três jovens indígenas. Luara (Ellie Makuxi), Josy (Dandara Queiroz) e Michele (Isabela Santana) se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta e, quando se veem diante de uma natureza destruída, são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as levarão a um mergulho na ancestralidade de seus povos.
De origens distintas e com visões de mundo diferentes, Luara está de volta à sua terra com a melhor amiga da faculdade, Michele, depois de passar anos fora, estudando. O retorno visa apoiar a parente rapper, Josy, com seu trabalho na música. Mas, ao chegar ao local da gravação, que remete à memória afetiva de Josy e Luara, as jovens se deparam com a degradação da natureza. Frente a um cenário destruído, elas precisam encontrar uma nova solução para a filmagem, mas, no caminho, acabam por enfrentar desafios que as levam a encontros e desencontros com seus próprios medos, identidades e histórias.
“Muita surpresa e inspiração. As pessoas vão aprender com essa história e sair com novas perspectivas. A mensagem que ela passa, para mim, é a cura. Talvez não com a história, mas com o processo. Pois cada um tem um trauma e história. Muitas mulheres talvez nem percebam que carregam um peso e o episódio pode despertar isso. A busca de ajuda, por libertação. Muita surpresa e inspiração. As pessoas vão aprender com essa história e sair com novas perspectivas. A mensagem que ela passa, para mim, é a cura. Talvez não com a história, mas com o processo. Pois cada um tem um trauma e história. Muitas mulheres talvez nem percebam que carregam um peso e o episódio pode despertar isso. A busca de ajuda, por libertação”, acredita.
Origens indígenas
Apesar de nascer em Três Lagoas, a descendência indígena ela carrega de Minas Gerais. “Tenho ascendência por parte de pai e mãe. Eu só conheci uma avó, que faleceu quando eu era criança, e só tenho uma tia que escolheu viver aldeada. Minha mãe veio de Uberlândia e o pai de Montes Claros”, pontua.
Dandara até tentou descobrir mais coisa com um teste de genealogia, mas não conseguiu obter mais informações. “Tentei pesquisar de acordo com a região, e até fiz exame para tentar descobrir mais, ter uma base, mas mesmo com a tecnologia ainda é algo superficial. Entendi muito dos meus costumes quando busquei essa reconexão que eu fui buscar na região. Me sinto adotada e fui muito bem recebida. Meu jeito de levar a vida, comer, andar, algumas das manias que eu tenho. Posso dizer que amadureci 500%, me transformei”, explica.