Com paralisia facial, moradora de MS consegue na Justiça direito de plantar maconha em casa para uso medicinal

Diagnosticada com paralisia de Bell, Jéssica Luana Albuquerque Camargo obteve autorização judicial para o plantio e extração para tratamento.

Jéssica foi diagnosticada com paralisia de Bell — Foto: Arquivo Pessoal

Diagnóstica com paralisia de Bell, Jéssica Luana Albuquerque Camargo conseguiu na Justiça o direito de cultivar em casa a planta cannabis, popularmente conhecida como maconha, para a produção do seu próprio remédio. Em decisão unânime, dois desembargadores e uma juíza da 5° turma do Tribunal Regional Federal da 3° Região, concederam uma liminar que permite a plantação para uso medicinal.

Jéssica lutou por anos contra a paralisia facial e a depressão, decorrente dos danos estéticos e da dificuldade de funções diárias como mastigação e sono. Ao se medicar com o óleo extraído da planta, obteve resultados positivos no tratamento.

“Com muita alegria que hoje podemos dar um grito de liberdade, valorizando toda a trajetória que me trouxe até aqui. Essa decisão não significa somente que vou poder me tratar com o meu próprio remédio produzido no quintal da minha casa, significa que de alguma forma estamos conseguindo mostrar para a população que a maconha não é droga, ela cura, salva vidas e hoje está sendo devidamente reconhecida pelo seu valor”, relata Jéssica.

Após o diagnóstico da doença, Jéssica se especializou no assunto, fundando em seguida a associação Divina Flor, entidade que atende quase mil pessoas de todas as idades que necessitam de auxílio e acesso ao tratamento com a cannabis medicinal.

O que é a paralisia de Bell?

A paralisia atinge o nervo facial que comanda os chamados mímicos da face, que nos permitem franzir a testa, sorrir e piscar. Ela é causada por uma inflamação no nervo facial e não tem relação com o cérebro. Esse tipo de paralisia atinge o nervo que comanda os chamados músculos mímicos da face.

A paralisia de Bell é provocada, na maioria das vezes, pelo vírus do herpes. Ele fica adormecido no corpo. Quando nossa imunidade cai, por algum motivo, o vírus desperta e ataca o nervo facial, que controla os músculos do rosto. O nervo inflama e para de transmitir os impulsos nervosos que fazem os músculos se moverem.