
Assim como para muitos setores, a Páscoa em 2020 ficou bem abaixo do que esperava o comércio. Pandemia, isolamento social, queda na renda e incertezas em relação ao futuro foram uma das principais causas para a queda nas vendas durante o período que é para muitos, um dos melhores do ano, juntamente com o Natal.
Em Mato Grosso do Sul, a expectativa em relação à Páscoa cresceu 88% em comparação ao ano passado, o que representa R$250 milhões sendo movimentados em todo o estado. A estimativa é da Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul), que em pesquisa apurou que deste total, R$136,6 milhões serão gastos em chocolates e R$119,27 milhões em comemorações.
Os dados da Fecormércio apontam ainda que em 2021, os consumidores em Mato Grosso do Sul pretendem gastar em média, R$143,21 com ovos de Páscoa, dos quais 59% tem intenção de comprar três ou mais ovos e chocolates. Em 2020, a intenção de gasto ficou em R$112,76.
O motivo da alta, segundo a Fecomércio, é justamente o isolamento e distanciamento social. Com a data morna do ano passado, o desejo do consumidor em 2021 é se aproximar e reforçar os laços com filhos, parentes e amigos por meio dos ovos de chocolate.
Em Três Lagoas, o comércio espera movimentar R$13.4 milhões, sendo que deste total, R$6,8 milhões serão usados para a compra de ovos e R$6,6 milhões para as comemorações.
Compre do pequeno
A expectativa também é grande entre os pequenos produtores, um dos grupos mais afetados pela pandemia. Pensando nisso, o Sebrae lançou em agosto do ano passado, a campanha Compre do Pequeno, para estimular a população a fortalecer o comércio local e de bairro, adquirindo produtos e serviços de micro empreendedores, autônomos e pequenos comerciantes.
Para Antônio Belmiro, 24, a procura por ovos e chocolates caseiros já cresceu 50% em relação às vendas do ano passado. “Ano passado, comecei a fazer vendas no final de março, e este ano, já tive as primeiras encomendas no final de fevereiro”, comenta.
Assim como as grandes marcas de chocolate e os mercados, a Páscoa é a melhor época do ano para Antonio. “É como se fosse nosso Natal, tem muita encomenda e as pessoas gostam muito do trabalho artesanal, principalmente para presentear”, explica.
Segundo o proprietário da Ficou Doce Doceria, suas vendas cresceram na pandemia, graças a três fatores: o serviço de delivery, que permite as pessoas comprarem sem se exporem ao risco da Covid-19; o alto custo dos ovos nos mercados e a possibilidade de fechamento dos estabelecimentos; e principalmente, a personalização dos ovos e chocolates que só é possível com a produção artesanal.
“No mercado, o cliente já não tem mais expectativa sobre os produtos, que acabam sendo os mesmos. Já com os chocolates artesanais, as opções são maiores, dá para inovar e oferecer presentes mais criativos”, pontua.
E a criatividade, capricho, acabamento são seus diferenciais. “Meus clientes me procuram principalmente por estes fatores, porque primeiro comem com os olhos. Além disso, uso produtos de alta qualidade e de primeira linha. As opções de cestas, as cores e a apresentação chamam muito a atenção do cliente”, explica Antonio, que investe também em um atendimento acolhedor e personalizado, que busca atender às necessidades e expectativas dos clientes.
Desafios de empreender
Empreender não é uma tarefa fácil, envolve planejamento, investimento de tempo e dinheiro e, principalmente, perseverança. Antonio é estudante de direito e decidiu fazer doces para vender como forma de adquirir uma renda extra e conseguir conciliar os estudos.
Ele conta que no início, foram muitos os desafios e entre os principais, destaca a falta de clientela formada e o trabalho de convencer e conquistar o cliente sobre a qualidade do produto. “Muita gente que trabalha com a fabricação artesanal de doces acaba fazendo anúncios com fotos da internet, e isso gera dúvida no cliente, que não sabe se está comprando gato por lebre”, explica.
O alto investimento inicial também é apontado por Antonio como um desafio de quem quer empreender nesta área. “É preciso planejamento, sempre separar uma parte do dinheiro que ganhou com as vendas para a compra de ingredientes e embalagens para poder atender encomendas de última hora. E isso é um fator que faz com que as pessoas desanimem, pois ficam sem saber se todo o investimento terá retorno”, orienta.
Serviço
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