
Carros elétricos devem ficar mais caros no Brasil com a volta do imposto de importação, que havia sido zerado em 2015. Rumores de negociações do governo federal com a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) indicam que foi proposta uma escalada progressiva de taxações sobre esses veículos, com valores anuais de 2% para elétricos com bateria, 4% para híbridos e 7% para híbridos leves com bateria de 48V.
Caso seja aprovada, a medida pode influenciar ainda mais no preço de automóveis do tipo, que já custam mais do que os modelos a combustão. Em território nacional, os mais baratos atualmente são o JAC E-JS1, que sai por R$ 145.900, e o Renault Kwid e-Tech, de R$ 146.990.
De acordo com João Oliveira, presidente da Abeifa, o zeramento de impostos traz desvantagens às fabricantes de veículos elétricos, já que o custo de fabricação não é reposto. Desde que a taxa foi retirada, a importação aumentou, ou seja, vendeu mais e deve maior demanda do consumidor, mas sem serem produzidos em território nacional.
No entanto, o executivo não crê que esse seja o único fator. O crescimento global dos carros elétricos e o desuso dos movidos a combustão, que estão começando a ser deixado de lado no desenvolvimento de novas tecnologias pelas preocupações globais com a sustentabilidade, também ajudou nessa crescente.
Frota de elétricos cresceu no último ano
Hoje, existem cerca de 126 mil automóveis do tipo circulando no Brasil, mas apenas 13 mil sendo totalmente elétricos, e não híbridos. Esse número, apesar de ter crescido de 2022 a 2023, ainda é pequeno se comparado a frota total.
Não há informações de quando e se a medida será aprovada, mas a Abeifa negocia diretamente com o governo para minimizar quaisquer impactos no setor e avaliar potenciais melhorias, já que interfere em um mercado de importância mundial.