Após condenação, André Puccinelli afirma que ainda pode concorrer nas eleições

Em nota divulgada pelo ex-governador é citado recursos que serão divulgados no ‘momento oportuno’

Foto: Arquivo/ Capital News

Após ser condenado por improbidade administrativa por coagir servidores, o ex-governador André Puccinelli (MDB), cotado como pré-candidato ao governo nas eleições em 2022, afirmou por meio de nota informou que a condenação não o torna ilegível, pois ainda há a possibilidade de recursos. ” A decisão   proferida   pela   justiça   federal   nos   autos   do   processo   n.º0000525-43.2016.4.03.6000  /1ª  Vara  Federal  de  Campo  Grande,  não  torna  o  Ex-Governador André Puccinelli inelegível, visto que, existem recursos cabíveis que serão apresentados em momento oportuno”, diz parte da nota.

Na sentença, entre outras penas, a Justiça determina a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, que começam a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação). A Ação de Improbidade Administrativa foi ajuizada pelo Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) do Ministério Público Federal (MPF) em MS em janeiro de 2016 e acusava André Puccinelli de coagir servidores comissionados de duas secretarias de Estado (de Trabalho e Assistência Social – Setass – e de Desenvolvimento Agrário e Turismo – Seprotur) a apoiar e votar em candidatos de sua coligação nas eleições municipais de 2012.

De acordo com o MPF, além da prática de ilícito eleitoral, a conduta do ex-governador violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade, tal como atentou contra os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa. Vídeo gravado por pessoa presente em uma das reuniões mostra Puccinelli listando, nominalmente, servidores das secretarias de Estado e ordenando que os comissionados informassem em quais candidatos votariam para os cargos de prefeito e vereador. O político aparece fazendo anotações e orientando alguns de seus subordinados a manter a intenção de voto em candidatos da coligação por ele apoiada.

Em trechos da reunião, realizada no diretório do então PMDB, Puccinelli, ao notar a ausência de servidores, enfatiza a consequência da falta: “Exonerando”. A coação foi replicada entre os presentes no encontro: “Olha, já te chamou e você ficou com falta (…) Ia ser exonerado quem não veio”.

Na sentença, a Justiça conclui que “não é lícito ao réu, na qualidade de governador (superior hierárquico), indagar seus subordinados acerca de seus candidatos a prefeito e vereador, anotando suas respostas e ainda advertindo-os que não poderiam mais mudar de opinião. Trata-se de conduta gravíssima, uma vez que praticada com intenção de violar direito previsto constitucionalmente: voto direto e secreto.”

Caso

Em 2012, reunião de André Puccinelli com servidores comissionados da Setass foi gravada e divulgada nos meios de comunicação de Campo Grande. O encontro, reconhecido judicialmente por Puccinelli, foi classificado pelo político como reunião ordinária entre correligionários do PMDB em busca de votos para os candidatos no pleito de 2012. Contudo, para o Ministério Público Federal, não há dúvidas da influência direta do ex-chefe do Executivo estadual no voto de seus subordinados.

 

Confira a nota na íntegra do ex-governador assinada pelo presidente do MDB-MS, Júnior Mochi e o presidente do MDB-CG Ulisses Rocha;

O MDB do Mato Grosso do Sul, esclarece que:

1. A   decisão   proferida   pela   justiça   federal   nos   autos   do   processo   n.º0000525-43.2016.4.03.6000  /1ª  Vara  Federal  de  Campo  Grande,  não  torna  o  Ex-Governador André Puccinelli inelegível, visto que, existem recursos cabíveis que serão apresentados em momento oportuno;

2.Tanto  o  MDB  quanto  o  Ex-Governador  confiam  na  justiça  e  que  a  verdade  dos  fatos prevalecerá com a sua consequente absolvição;

3.Estes  fatos já foram apreciados por todas as instâncias da justiça eleitoral, sendo que em todas elas o ex-Governador foi absolvido destas acusações;

4.Apesar  disso,  o  Ministério  Público  inconformado  com  as  decisões  da  justiça  eleitoral ingressou com a presente ação de improbidade administrativa sobre os mesmos fatos, sendo  que, diferentemente  das  provas  juntadas  aos  autos  que  confirmam  a  sua absolvição entendeu o douto magistrado diferentemente.

5.Diante  disso,  o  MDB  reafirma  a  sua  plena  confiança  na  integridade  moral  do  Ex-Governador André Puccinelli e na sua consequente e definitiva absolvição nas instancias recursais.

Campo Grande, 11 de maio de 2021.
Junior Mochi
Presidente Estadual do MDB

Ulisses Rocha
Presidente MDB Campo Grande