Com outros três secretários, Antônio Carlos Videira participou de reunião em Brasília para discutir o uso de câmeras corporais - Foto: Divulgação
Na semana em que Mato Grosso do Sul chegou ao emblemático número de 100 mortes no ano em decorrência da intervenção policial, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, começou a discutir o uso de câmeras corporais pelos policiais do Estado.
A centésima morte em decorrência da intervenção policial aconteceu na madrugada desta sexta-feira (10), em Campo Grande, quando um homem de 22 anos morreu em confronto com PMs. Ele foi flagrada cometendo um furto em um imóvel na Rua 15 de Novembro. Um segundo invasor foi ferido e um terceiro, preso. No local a PM informou ter apreendido dois revólveres.
No mesmo dia, a assessoria de comunicação da Sejusp divulgou nota informando que o secretário havia participado, em Brasília, no dia 7, de “uma reunião com o secretário Nacional da Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp/MJSP), Tadeu Alencar e, com o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), Sandro Caron, e entre os temas estava a padronização do uso de câmeras corporais pelas Forças de Segurança de todo o país”.
O secretário sempre deixou claro que o Estado somente adotaria câmeras se todas as forças policiais brasileiras adotassem. Nesse contro participaram também secretários de segurança do Ceará, Santa Catarina e do Pará.
Conforme Videira, os gestores da segurança pública de todo o país pontuaram no encontro a necessidade de regulamentação, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, da utilização de câmeras corporais. “Assim teríamos a padronização do uso, pelas forças de segurança de todo o Brasil”, lembrou o titular da Sejusp.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, por sua vez, destacou que a ideia da reunião foi “fortalecer a segurança pública dos brasileiros”, conforme nota divulgada pela Sejusp.
O ano de 2023 tem se notabilizado por ser, disparadamente, o de maior letalidade policial em Mato Grosso do Sul. Para efeito de comparação, a soma das mortes de 2021 (49) e 2022 (51) é exatamente igual ao número de mortes em 2023, e ainda faltam 50 dias para acabar o ano. Antes, o recorde era de 2019, quando os confrontos policiais resultaram em 70 mortes em um único ano
SEJUSP
Conforme dados da Segurança Pública do Estado de São Paulo, desde o início do uso de câmeras corporais pela PM, o número de mortes caiu 61% naquele estado..
Dados oficiais do governo paulista apontam a morte de 256 pessoas por policiais militares em serviço em 2022. É o menor número das últimas duas décadas. Em 2021, foram relatados 423 casos. Em 2020, havia ficado em 659 mortes, conforme números divulgados no começo de 2023.
Adotadas inicialmente em agosto de 2020 e expandidas ao longo de 2021, as câmeras faziam parte, no começo deste ano, da rotina de 179 unidades policiais, em 66 dos 134 batalhões da PM, com mais de 10 mil equipamentos corporais em uso no estado vizinho.