
Guilherme de Souza Mateus, de 12 anos, sofreu injuria racial ao ser chamado de macaco por um colega de sala. O caso aconteceu em uma escola municipal de Campo Grande, no inicio de março, e acabou viralizando depois do adolescente fazer um desabafo nas redes sociais. Veja o vídeo acima.
“Hoje na escola que eu estudo aconteceu uma coisa, uma situação bem chata. Um colega meu me ofendeu dizendo que eu era macaco e se eu queria uma banana”, relatou o menino.
Guilherme contou ao g1 que decidiu postar o vídeo para que outras crianças não passe por isso e também para dar um recado aos pais sobre a importância de orientar os filhos a não discriminar outras pessoas.
“Fiquei uns dois dias sem ir para escola e depois segui em frente. Resolvi voltar porque não era certo eu baixa a cabeça para aquilo”, afirmou o adolescente.
Assim que soube do ocorrido, a professora teria chamado a atenção do aluno dizendo que não aceitava aquilo na escola dela e que não era para ninguém fazer isso. “Ela disse que tinha que respeitar uns aos outros e ter mais respeito com os colegas”, informou Guilherme.
Depois de postar o vídeo, a família do jovem ficou surpresa com a repercussão e o sentimento foi de orgulho pela forma como o menino lidou com a situação.
Os advogados orientaram a família para que fosse registrado um boletim de ocorrência, mas até a atualização desta matéria ainda não havia nenhum registro policial.
Diferença entre racismo e injúria racial
De acordo com o Código Penal, injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro em que se utiliza palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.
Já o crime de racismo, previsto em lei, é aplicado se a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade — por exemplo: impedir que negros tenham acesso a estabelecimento. O racismo é inafiançável e imprescritível, conforme o artigo 5º da Constituição.