Com celulose e energia limpa, Inocência vira símbolo de transformação no MS

Projeto Sucuriú inaugura uma nova era: da pacata Princesinha do Leste ao polo global da celulose e energia limpa.

Projeto Sucuriú transforma Inocência no novo polo da celulose, trazendo empregos, infraestrutura e crescimento sustentável para a cidade. - (Fotos: Mairinco de Pauda e Acervo Arauco)

Há pouco tempo, dirigir pela MS-377 entre Água Clara e Inocência era uma travessia monótona. Pastos intermináveis, poeira no ar, silêncio no horizonte. Mas hoje, quem passa por lá vê outro cenário: máquinas rugindo, alojamentos brotando como cogumelos, e quilômetros de eucalipto se espalhando onde antes reinava o gado.

Tudo isso por conta do Projeto Sucuriú, a quinta fábrica de celulose de Mato Grosso do Sul, que promete revolucionar a vida da pacata Inocência. A gigante industrial da Arauco Brasil, com investimento de US$ 4,6 bilhões, vai produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, além de gerar 400 MW de energia limpa.

“A transformação começou”, afirma o prefeito Toninho da Cofapi, sem esconder o otimismo. “Inocência, a Princesinha do Leste, se prepara para virar a Rainha.”

Uma fábrica, milhares de vidas transformadas – Por enquanto, o canteiro de obras fervilha. 1.800 trabalhadores estão dedicados à terraplanagem, a primeira etapa da construção da fábrica, cuja operação começa em 2027. Durante o pico das obras, o número de empregos deve saltar para 14 mil, e a cidade, com seus atuais 13 mil moradores, pode chegar a 32 mil pessoas circulando diariamente.

Os impactos já são sentidos: a demanda por moradias, serviços e alimentação explodiu. Restaurantes, lavanderias e pequenos negócios se multiplicam. Em cada esquina, há uma obra ou uma nova história de alguém que chegou para começar de novo.

O desafio da qualificação – Por trás do entusiasmo, há um desafio que ecoa nas palavras do diretor de sustentabilidade da Arauco, Theófilo Militão: “O Estado vive pleno emprego, mas ainda faltam trabalhadores qualificados.” Para resolver isso, o Sistema S, com destaque para o Centro Integrado Sesi Senai, oferece cursos em construção civil, carpintaria e operação de máquinas.

“Nosso plano é capacitar a população local para cada etapa do projeto”, explica Militão. Quando a planta estiver pronta, haverá espaço para novos treinamentos, agora voltados à operação da fábrica.