Número de imóveis retomados cresce 63% e leilões têm 162 casas de MS

Segundo a Caixa, inadimplência alcança 52,16% da população, mesmo com ações de renegociação

Casa na Vila Progresso é a mais cara em leilão de imóveis da Caixa Econômica. (Foto: Reprodução)

Mesmo com aumento de 63,3% na quantidade de imóveis retomados em Mato Grosso do Sul entre 2023 e 2024, passando de 442 para 722, a Caixa Econômica Federal avalia que ele reflete a volta à normalidade do mercado de leilões no período após a pandemia. O banco, maior financiador de casas do Brasil, afirma que antes disso, o período pandêmico foi o causador das retomadas.

Entretanto, a inadimplência em MS, segundo o Serasa, alcança 52,16% da população, o que afeta diretamente a capacidade de honrar as dívidas. Mesmo as ações de renegociação não surtiram o efeito esperado.

A CEF informou que “com o objetivo de amenizar as consequências para a população da pandemia da covid-19, a Caixa ofereceu, à época, alternativas como a pausa de pagamento estendida e o pagamento parcial da parcela (de 25% a 75% da prestação), de forma a possibilitar a renegociação dos contratos e controlar a inadimplência dos clientes pessoas físicas, evitando, assim, a retomada dos imóveis”.

Mesmo assim, entre 2022 e 2023, o aumento na quantidade de imóveis retomados mais que dobrou, saltando 167,87% ao sair de 165 para 442. “Em atenção aos clientes, a Caixa oferece alternativas de negociação para que o mutuário possa retomar o fluxo regular de pagamentos, como a incorporação de prestações vencidas ao saldo devedor do contrato ou opção por pagamento parcial da parcela por até 6 meses”.

O imóvel de MS mais caro em leilão pela Caixa é em Campo Grande. Uma casa na Vila Progresso com venda a partir de R$ 735 mil. Para um possível segundo leilão, o valor do lance inicial cai, ficando em R$ 469.143,65. A área do terreno é de 504 metros quadrados e a área privativa é de 283,15 metros quadrados.

Também em Campo Grande, há apartamento com três quartos, uma vaga na garagem, varanda/sacada, área de serviço, dois banheiros, sala, lavabo e cozinha na rua Sete de Setembro, no centro. O valor de avaliação do imóvel é de R$ 570 mil e o valor mínimo de venda no primeiro leilão é de R$ 580.727,42. Já para um possível segundo leilão, o valor sobe para R$ 1.381.703,52.

Para acessar a lista dos 162 imóveis atualmente disponíveis em leilão em MS pela Caixa Econômica, clique aqui. Desses, 100 são em Campo Grande.

Banco do Brasil – Segunda maior instituição que financia imóveis no País, o Banco do Brasil não percebeu esse aumento exponencial nas retomadas. Pelo contrário, houve redução: 119 em 2019; 29 em 2020; 3 em 2021; 5 em 2022; 3 em 2023 e este ano, 12.

“No período de 2019 a 2024, 171 imóveis situados no Estado de Mato Grosso do Sul foram incorporados ao patrimônio do Banco do Brasil, sendo que destes, 111 imóveis em Campo Grande. Do total de bens incorporados no período, 152 já foram vendidos, sendo 105 imóveis na Capital”.

Essa redução na quantidade de imóveis retomados, segundo o banco, segue “a estratégia geral do Banco para as diversas operações e em especial as de crédito imobiliário, originadoras desses imóveis”, que é a de “oportunizar previamente que os clientes regularizem seus contratos em inadimplência”.

O Banco do Brasil tem quatro imóveis à venda pelo site, sendo dois em Sidrolândia, um em Fátima do Sul e um em Rio Verde que podem ser acessados aqui.