Em entrevista, prefeito de Brasilândia fala sobre volta às aulas e compra de vacinas

Escolas continuam com ensino remoto; município pretende comprar vacina para imunizar 5 mil pessoas na cidade

Segundo o prefeito, a proximidade do município e da população com cidades do estado de São Paulo são um dos motivos para manter as aulas remotas em Brasilândia. Foto: Assessoria de Imprensa

No dia em que todos os alunos das redes municipais e estaduais de ensino de Mato Grosso do Sul voltaram às aulas presenciais, o prefeito de Brasilândia, Dr. Antonio Thiago falou sobre sua decisão de manter as aulas remotas no município. Durante entrevista a uma rádio local na tarde de ontem (1), o chefe do Executivo falou sobre sua decisão contrária à do restante do estado na retomada das aulas, alertou à população para que busquem informações em órgãos oficiais para não cair em fake news e sobre a intenção de compra direta de vacinas.

Segundo o prefeito, a proximidade do município e da população com cidades do estado de São Paulo são um dos motivos para manter as aulas remotas em Brasilândia. “Os municípios do estado de São Paulo são muito próximos de nós, muitos moradores daqui possuem vínculos com o estado vizinho, que está numa fase muito aguda, com hospitais cheios e sem vagas em leitos”, explicou citando a situação de Dracena – SP.

Para Antonio Thiago, a medida também visa proteger professores e profissionais de educação, bem como de alunos menores, que podem ser agentes transmissores do vírus. “É complicado você falar para uma criança que ela não pode abraçar o amiguinho que não vê há um ano. São situações complicadas, por mais que nossas equipes estejam preparadas e todos os cuidados de biossegurança estejam sendo tomados”, justificou.

Volta às aulas em Mato Grosso do Sul

Na última terça-feira (23), o retorno das aulas foi tema da reunião entre prefeitos do estado, realizada na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Manter o sistema online por mais 30 dias foi a decisão da maioria.

No estado, as aulas em formato remoto voltaram na segunda-feira (1) e os alunos terão 15 dias de acolhimento. A partir de abril, as unidades de ensino devem voltar com o sistema híbrido.

Em Três Lagoas, as aulas no sistema híbrido voltaram ontem (1), enquanto em Corumbá, as aulas presenciais na rede municipal estão suspensas até 1º de junho. Até lá, as aulas continuam remotas.

Vacinas

“Achei que hoje estaríamos com a vacinação mais avançada, com mais brasileiros sendo imunizados. Estamos seguindo o Plano Nacional de Imunização (PNI), mas na minha opinião estão indo muito devagar”, disse o prefeito.

Segundo Antonio Thiago, as doses que vêm sendo entregues aos municípios ainda são poucas, e o município não está conseguindo imunizar uma quantidade da população que permita uma maior tranquilidade em relação ao contágio da doença.

Na entrevista, o prefeito informou que o município está em contato com o Instituto Butantan para viabilizar a compra de vacinas, assim que o instituidor for autorizado a vender. Na última terça-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu autorizar estados e municípios a comprar e a distribuir vacinas contra a Covid-19, mas somente em caso de não cumprimento do Plano Nacional de Imunização por parte do governo federal, ou caso as doses previstas no documento sejam insuficientes.

“Nós queremos imunizar cerca de 5 mil pessoas, já prevendo as duas doses. Temos uma população de mais de 12 mil pessoas, e acredito que a imunização do governo federal vai conseguir atender grande parte da população. Nossa intenção com a compra de vacinas é imunizar as pessoas que ficarão no fim da fila no Plano Nacional de Imunização, pessoas mais jovens, sem comorbidades. O governo vai vacinando de cima para baixo e nós, de baixo para cima”, explicou.