Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS

Torres altas, câmeras de vídeo, satélite, aeronaves, caminhões e brigadas são usados para combater focos

Sala de monitoramento na Eldorado (Foto: Divulgação)

Elas são gigantes de verdade, no tamanho físico e nos números que apresentam. Estão entre as maiores do mundo no ramo da celulose e escolheram Mato Grosso do Sul para implantar unidades importantes e abastecer o planeta de um material tão solicitado. Contudo, o dia a dia das indústrias Suzano  e Eldorado vai além da produção. As empresas investem pesado no combate aos incêndios florestais com inovações todos os anos.

A estrutura é complexa. As centrais recebem imagens das câmeras de vídeo instaladas nas altas torres de monitoramento e ainda de satélites. Também ficam de prontidão aeronaves, caminhões e brigadas de incêndio. A estrutura já garantiu a preservação de áreas florestais das empresas e vizinhanças,  incluindo unidades de conservação existentes na região em que atuam.

A Suzano atua em nove municípios de MS Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Inocência, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas. A empresa mantém uma base florestal de 599.996 hectares no Estado. Deste total, 143.129 hectares são  exclusivamente para a conservação da biodiversidade.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
Florestas da Suzano em MS (Foto: Divulgação)

Além disso, 436,7 mil hectares de florestas plantadas contam com as principais certificações nacionais e internacionais, como FSCª, PEFC e CERFLOR,  atestando as práticas sustentáveis adotadas pela empresa.

Já a Eldorado mantém a fábrica em Três Lagoas e áreas florestais em cidades como Água Clara, Selvíria, Inocência e Ribas do Rio Pardo. A empresa informa ter 290 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas em MS e 117 mil hectares de áreas destinadas à conservação. As  plantações também são  certificadas pelos selos FSC® e Cerflor, atestando o manejo florestal responsável e em conformidade com a legislação.

Nesta matéria você vai ler:

º ‘Só é bom para nós se for bom para o mundo’

º Uso de tecnologia acelera tempo de resposta

º Satélite capta focos em 100% das áreas

º Sem incêndios, a vida permanece

º Eldorado tem mais de 1800 itens para combater focos

º Empresa formou 745 brigadistas em um ano

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
Área da Suzano (Foto: Divulgação)

‘Só é bom para nós se for bom para o mundo’ – O gerente Executivo de Operações Florestais em MS, Leonardo Giusti, destaca o objetivo de aliar  produtividade elevada com a conservação da biodiversidade.

“A Suzano acredita que é possível produzir e seguir preservando nossos recursos naturais. Temos um direcionador que diz que só é bom para nós se for  bom para o mundo e unir desenvolvimento e sustentabilidade faz bem para os negócios, para o meio ambiente e para toda a comunidade ao entorno. (…)  A conservação da biodiversidade é hoje um dos principais compromissos da empresa”, destaca Giusti.

Um levantamento da companhia demonstra que seus produtos que fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas e abastecem mais de 100 países, incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, canudos e copos de papel, embalagens de papel, absorventes higiênicos e papel higiênico, entre outros.

Uso de tecnologia acelera tempo de resposta –  A Central de Monitoramento de Incêndios Florestais da Suzano, um dos sistemas mais modernos do setor, passou a contar com mais oito novas torres de monitoramento,  totalizando 29 torres de observação de focos de incêndio no Estado.

As torres de monitoramento medem entre 54 metros e 72 metros de altura e contam com câmeras de vídeo com visão de 360º, capazes de detectar focos  de fumaça e/ou calor em um raio de até 15 quilômetros cada.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
 Caminhões e brigadistas estão à disposição dos trabalhos (Foto: Divulgação)

Desde que implantada, a tecnologia trouxe uma redução de 31% no tempo médio de resposta a  focos de incêndio. Com as novas torres, a cobertura do sistema de monitoramento chega a 90% das áreas florestais da Suzano e vizinhanças, incluindo unidades de conservação existentes na região.

As torres enviam as imagens online para uma central. Durante o dia, as câmeras alertam automaticamente quando detectam fumaça e, à noite, quando captam luminosidade, o que torna toda a operação mais eficaz, desde o acionamento da brigada até o acompanhamento e conclusão das atividades. Se o foco de incêndio está em um vizinho, o responsável é avisado imediatamente.

Satélite capta focos em 100% das áreas – A companhia possui também o monitoramento em tempo real por satélite, capaz de captar focos de calor em 100% das áreas florestais da companhia e no  seu entorno. Aeronaves que ficam de prontidão para atuar com o objetivo de otimizar o tempo de resposta em casos de focos de incêndios durante o  período mais crítico da estiagem.

O empenho dos aviões, aliás,  faz parte de uma ação em parceria com a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore MS).

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
 (Foto: Divulgação)

Além das torres de monitoramento, a brigada de incêndios da Suzano em MS possui uma infraestrutura composta por: equipamentos de proteção individual e kits de emergência, 8 caminhões de combate a incêndio de alta capacidade (18 mil litros); 22 caminhonetes 4×4 com capacidade para até 600 litros; quatro caminhões multitarefas  (4 mil litros) e 35 caminhões pipas distribuídos em pontos estratégicos.

Sem incêndios, a vida permanece – A Suzano desenvolve campanhas de conscientização para a prevenção e combate a incêndios florestais. Com o tema “Sem incêndios, a vida permanece”, a iniciativa reforça os danos causados pelos incêndios florestais ao meio ambiente e à fauna regional.

A iniciativa faz parte do Programa Floresta Viva da companhia, que mantém ainda um canal direto de comunicação com propriedades rurais vizinhas as áreas florestais da empresa para orientações, alertas e denúncias e emergências florestais, aberto em todas as épocas do ano. O objetivo é conscientizar a população de propriedades e comunidades vizinhas sobre os riscos de incêndios florestais.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
 (Foto: Divulgação)

A comunidade pode informar sobre ocorrências de incêndios em florestas de eucalipto ou nativas nas áreas da empresa ou vizinhas por meio de ligação gratuita para o número 0800 6428162, com atendimento 24 horas. A Suzano também disponibiliza o contato da Central de Monitoramento da Suzano, (67) 99926-4605.

De acordo com o Resumo do Plano de Manejo Florestal MS, somente no ano de 2022, a Suzano colheu 12,684 milhões de m³ de eucalipto para abastecer as duas fábricas em operação em Três Lagoas. Todo o processo, do plantio à colheita, respeita as características da região e utiliza sistemas eficientes que contam com equipamentos de última geração.

A companhia ainda mantém programas de monitoramento da qualidade do ar, da água e de conservação de biodiversidade. Nas florestas da Suzano em Mato Grosso do Sul, já foram catalogadas mais de 1,4 mil espécies diferentes de animais e plantas.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
 (Foto: Divulgação)

Em todo o País, a Suzano possui uma área de mais 1,4 milhões de hectares de florestas plantadas e 1 milhão de hectares de florestas preservadas, concentradas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí.

Eldorado tem mais de 1800 itens para combater focos – Implantado em 2016, o sistema usado pela Eldorado passou por várias atualizações e inovações tecnológicas e hoje é automático. A identificação de riscos é em tempo real. Além da equipe de brigadistas, responsável pelo combate ao fogo, a Eldorado conta com mais de 1800 itens para o trabalho.

O Sistema de identificação de incêndios nas fazendas funciona com 27 câmeras instaladas em torres de 60 metros de altura. Essas câmeras proporcionam uma visibilidade de até 15 km, o que garante uma cobertura de 68% de toda área florestal da Eldorado. Para fechar o monitoramento da base florestal em 100%, além do sistema de monitoramento por câmeras, 40 monitores fazem o controle diário na área, sempre em contato com a Central.

O monitoramento é 24 horas, por meio da Central de Inteligência Florestal. Durante o controle das áreas, os operadores alimentam a base de dados a fim de aprimorar os alertas enviados pela inteligência artificial. O acompanhamento desse histórico em constante atualização gera um panorama detalhado de cada região, com os principais riscos de queimadas, resultando em medidas preventivas e corretivas e ação imediata dos brigadistas.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
Monitoramento da Eldorado  (Foto: Divulgação)

No momento em que o foco de incêndio é detectado, a Central é acionada através do sistema e envia uma equipe de brigadistas, que pode ser acionada por diversos meios de comunicação, como celular e rádio.

“Entre os 1800 itens estão helicópteros, caminhões pipa e kits de mangueira de combate. O sistema oferece também o cruzamento de imagens de câmeras próximas que identifica o ponto mais preciso que o incêndio está ocorrendo, direcionando a equipe para o local exato. Dividida em quatro regionais, as áreas
têm sempre à disposição um caminhão pipa e um ajudante em ponto estratégico”, explica Júlio Cesar Ferreira de Souza, Supervisor de Monitoramento da Eldorado Brasil.

Empresa formou 745 brigadistas em um ano –  Na operacionalização do sistema, são 10 colaboradores que atuam 24 horas, realizando o monitoramento e acionando a equipe de brigadistas quando necessário. Referência no trabalho preventivo de combate ao fogo, a equipe de brigadistas da Eldorado passa por
treinamentos constantes, que abrangem práticas de prevenção, monitoramento de incêndios, infraestrutura de proteção e comunicação.

Somente em 2022, a Eldorado formou em torno de 745 brigadistas. Além dos treinamentos internos, a Eldorado investe na capacitação da comunidade rural para agir de maneira adequada em caso incêndios e na conscientização das pessoas que moram ou trabalham no entorno nas áreas e quem impacta a comunidade.

Gigantes da celulose têm megaestrutura contra incêndios em MS
Treinamento de brigadas da Eldorado (Foto: Divulgação)

Segundo levantamento da empresa, ano a ano a quantidade de áreas afetadas vem diminuindo consideravelmente devido a maior antecipação da detecção de focos de incêndio e a empresa tem tido resultados expressivos no combate. Todo esse trabalho resultou na redução de 30% das áreas afetadas em 2022 comparado ao ano de 2021.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2022 foram registrados 2.368 focos de calor em MS. Já com relação as ocorrências de incêndios florestais atendidas  pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul foram 4.049 (conforme dados do CBMMS). No bioma cerrado, região onde está localizada grande parte das florestas plantadas do estado, a área queimada foi de 407.000 hectares.

Com o objetivo de oferecer um reforço na denúncia de focos de incêndio florestal, a empresa conta com canais abertos através do número gratuito 0800 727 9906.