“Vai ajudar? Vai! Mas é muito pequeno se comparado o que, de fato, o Estado necessita de mão de obra. São 660 e ainda dividindo em algumas cidades. A gente acredita que é pouco perto da demanda que temos de vagas, de ofertas de trabalho para o motorista de carreta”, diz.
Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente afirma que o déficit, estimado – ainda em março deste ano – em cerca de 3 mil profissionais necessários, se mantém até então, com grandes chances, inclusive, de ter aumentado.
“A profissão motorista, antigamente, era passada de pai para filho. Hoje não, os filhos desses profissionais já são médicos; advogados. Ainda bem que está tendo esse incentivo para voltar”, comenta ele.
Desenvolvido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o programa batizado de “Voucher transportador” conta com participação do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul e apoio do Sest Senat, que trará a capacitação.
Conforme divulgado pelo Governo, a expectativa é que esse aperfeiçoamento na CNH comece já no próximo mês, esperando que até o fim de 2023 o Estado já disponha desses motoristas qualificados e aptos para assumirem as vagas.
Incrementando a CNH
Atualmente, um motorista em sua primeira habilitação como condutor categoria B, leva cerca de três anos até chegar na E, chegando à possibilidade de dirigir as carretas e caminhões com reboques que fazem esse tipo de transporte de carga.
Essa progressão, entretanto, pode se dar de duas formas distintas, sendo uma delas a opção de subir uma categoria a cada ano, já que é necessário o intervalo de 12 meses para progredir em ordem alfabética.
Já o motorista que visa a última das categorias, pode esperar por dois anos na carteira “B” e pular direto para a “D”, sem passar pela classe intermediária “C” (que permite dirigir caminhões não articulados, tratores e máquinas agrícolas).
Uma vez na D, basta esperar mais 12 meses até chegar na última categoria, sendo necessários:
- Ter 21 anos completos
- Curso prático de 20 horas/aula
- Teste de direção veicular
- Estar aprovado nos exames de aptidão física e mental
- Além de não ter cometido infração gravíssima nos últimos 12 meses
Também, Gilmar comenta que justamente os valores para progredir nas categorias da CNH é que tornam essa evolução ainda mais difícil para os assalariados, que precisariam antes participar do curso de 30 dias e desembolsar até R$ 4,2 mil nesse processo.
“Quem tem categoria ‘B’, para ir para ‘D’ custa muito, e é o mesmo quem migra de ‘D’ para ‘E’. E vai ficando esse déficit de mão de obra. O Governo nesse primeiro momento prometeu mil vagas, podendo chegar a cinco mil [numa próxima edição]”, complementa.