
Em dez meses, o número de casos de staliking em Mato Grosso do Sul superou todo o ano passado, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). O aumento de um ano para o outro é de 15% e a situação chama atenção das autoridades. Especialistas explicam como as vítimas podem se proteger e denunciar os autores.
“oi gata, tudo bem?…. Oi…oi…oi…e esse corpo de milhões”.
“Essa pessoa começou a comentar. Aí, bloqueie, depois de algum tempo fizeram outra conta e fez os mesmos comentários. Eu notei pelo jeito de escrever e me questionei por quê a pessoa se submete a fazer isso?”, afirmou uma jovem que não vamos identificar, vítima de stalker.
Perseguir alguém de maneira repetida, seja pessoalmente ou pela internet, é crime de stalking, com pena de seis meses a dois anos de prisão, podendo chegar a até três, em alguns casos.
O stalking foi considerado crime no brasil em março de 2021, rapidamente, o número de denúncias vem crescendo. Em Mato Grosso do Sul, foram registradas 1.054 ocorrências, em 2021. Já em 2022 só até outubro, o número subiu pra 1.214.
Especialistas afirmam que esses números só não são maiores porque a pessoa, muitas vezes, não percebe que se tornou vítima, ainda mais, na internet.
Ana Lara Camargo de Castro, procuradora de justiça e autora do livro Stalking e Cyberstalking, explica que existem diferentes tipos de perseguidores e revela que o crime pode ser mais comum do que parece.
” O agressor domestico ou o ex é o tipo considerado mais perigoso, seria o perfil rejeitado. Mas temos outros perfis o rancoroso ressentido, que se sente injustiçado contrariada por uma pauta ideológica como a pauta de direto e até o jornalista”, afirma.
Segundo a especialista, o stalker interfere na liberdade da vítima e o crime tem consequências psicológicas e pode até ameaçar a integridade física da pessoa, por isso, denunciar é tão importante.