
Os bloqueios em rodovias por bolsonaristas que protestam contra o resultado das urnas na votação de domingo (30) para a Presidência da República entraram no terceiro dia nesta quarta-feira (2) com redução e pontos liberados. Na terça-feira (1º), após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores começaram a mandar a PM agir para liberar as vias.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 167 pontos estavam com vias federais obstruídas. O total é menor que o registrado no início da manhã de ontem, quando eram 271 pontos de retenção. A PRF afirma que já desfez 563 manifestações.
Mais de 210 protestos ocorrem em 12 estados, aponta o balanço de bloqueios do g1, que soma rodovias federais e estaduais. São eles: Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Na segunda, por volta das 9h30, havia mais de 300 protestos em 19 estados, segundo o levantamento do g1.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informou, nesta quarta, que 912 motoristas foram multados, entre esta segunda e terça-feira, por bloquearem rodovias federais em todo o país. Os valores das multas dependem do tipo de infração e podem variar de R$ 5 mil a R$ 17 mil, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Na segunda-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) publicou uma nota de repúdio aos protestos e os classificou de “ação antidemocrática”.
Em São Paulo, pelo menos 21 trechos de rodovias seguem totalmente interditados por bolsonaristas na manhã desta quarta. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse na terça-feira que havia determinado multa de R$ 100 mil por hora para cada caminhão que bloqueia as rodovias do estado.
A venda de passagens nos terminais rodoviários Tietê e Barra Funda, na capital paulista, foi parcialmente retomada. Desde segunda-feira (início dos protestos), cerca de 1.400 viagens de ônibus que sairiam das rodoviárias foram canceladas. Nos aeroportos, o movimento também está voltando à normalidade.
Também em Santa Catarina, uma grávida em trabalho de parto foi impedida de passar por um bloqueio em Balneário Camboriú, na terça-feira. Ao tentar chegar no Hospital Ruth Cardoso após a bolsa estourar, ela precisou acionar uma ambulância para negociar a passagem e ser conduzida. Mesmo liberados, as barricadas forçaram desvio de rota e atraso no atendimento.