Três Lagoas é a única cidade de MS a oferecer equoterapia aos usuário do SUS

A modalidade terapêutica é oferecida pela Prefeitura, no Recinto de Exposições, com acompanhamento de uma equipe composta por seis profissionais

Foto: Assessoria de Imprensa

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento do corpo e melhorar funções neurológicas, a equoterapia é uma modalidade de terapia ocupacional que agora passa a ser oferecida para os usuários do SUS, por meio da Prefeitura de Três Lagoas.

Com a ajuda de cavalos, a técnica usa os padrões repetitivos dos movimentos do animal para estimular a melhora das funções neurológicas e motoras de pessoas com síndrome de Down, paralisia cerebral, esclerose múltipla, autismo e outros tipos de necessidades especiais.

Em Três Lagoas, o novo serviço oferece 40 vagas e está disponível para crianças a partir dos dois anos de idade, mediante prescrição de médico psiquiatra ou neurologista da Rede Municipal. O agendamento deve ser feito pela Secretaria Municipal de Saúde agendamento e as sessões são realizadas semanalmente, terças e quartas-feiras, com duração de 30 minutos. Segundo a Secretaria de Saúde, para ter acesso ao serviço, o paciente precisa passar pela Unidade de Saúde de seu bairro, ser encaminhado para o especialista indicado, que prescreverá ou não a equoterapia.

O paciente deve seguir o fluxo de atendimento como de qualquer especialidade, ou seja, passar pela Unidade de Saúde de seu bairro ou Clínica da Criança, e depois ser encaminhado para o especialista indicado (neurologista e psiquiatra), que prescreverá o tratamento caso necessário. Uma vez atendido pela modalidade, o paciente conta com acompanhamento de uma equipe de seis profissionais: dois fisioterapeutas, um psicólogo, um equitador e dois auxiliares/guias.

Segundo o fisioterapeuta Eduardo Conti, primeiro é realizada a avaliação do paciente para verificar qual o grau cognitivo e neurológico, para depois indicar o programa ideal de terapia. “A equoterapia é dividida em quatro programas, que são realizados conforme a evolução das sessões. Não existe um tempo mínimo e nem máximo para o tratamento”, explicou.

Os programas são: Hipoterapia – para praticante que não tem condições de montar sozinho no cavalo; Educação e reeducação – com uso de brinquedo lúdicos mediante as dificuldades cognitivas; Equitação – praticante inicia o trabalho de rédeas (irá aprender a andar sozinho no cavalo, os comandos de tocar, virar, parar) e a última fase, Esporte adaptado – quando o praticante começa a aprender o esporte de três tambores.

“A mudança do meu filho foi total depois que começou a Equoterapia. Ele evoluiu muito na postura, no medo do animal, equilíbrio, firmando e esticando o corpo. Antes você o colocava sentado e ele caia, agora consegue ter o reflexo de equilibrar”, comemorou Carla Muriel, mãe do Murilo Henrique de sete anos, que tem paralisia cerebral. O relato da mãe foi divulgado no site da Prefeitura de Três Lagoas, no mês de agosto.

“Este projeto não se trata de uma ação isolada, praticamente dobramos o número de profissionais na Clínica da Criança, o número de atendimento neste ano, já ultrapassa os realizados durante todo o ano passado inteiro. Trata-se de um fortalecimento da rede municipal completa voltada para todos os pacientes”, pontuou Elaine Furio, secretária de Saúde.

“Por se tratar de algo novo, tivemos que trabalhar o dobro para elaborarmos um projeto de contração deste tipo de serviço dentro da legalidade”, disse o prefeito Angelo Guerreiro, ressaltando o pioneirismo da Três Lagoas, que é a única do Estado de MS que oferece este tipo de tratamento pela rede pública de saúde.