
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), do MP-MT (Ministério Público de Mato Grosso) deflagrou na manhã desta quarta-feira (27) a operação “Placebo”, uma investida contra uma quadrilha acusada por crimes de furto, roubo e estelionato para a subtração e desvio de carregamentos de fertilizantes agrícolas. O rombo provocado pela quadrilha gira em torno de R$ 40 milhões, segundo o Gaeco.
A batida policial ocorreu em cidades de Mato Grosso do Sul e do estado vizinho, Mato Grosso.
As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa do MP-MT.
De acordo com a assessoria do MP mato-grossenses, estão sendo cumpridos 21 mandados e busca e apreensão pessoal e domiciliar e quatro mandados de prisão preventiva, além de medida judicial de proibição de contato entre os investigados, sequestro e bloqueio de bens.
Em MS foram cumpridos mandados nos municípios de São Gabriel do Oeste e em Dourados. Já no território mato-grossense, a operação alcançou implicados no caso que moram em Rondonópolis e Cáceres.
O Gaeco de MT informou, ainda, que os investigados praticavam os crimes de diversas maneira, nas quais “subtraiam a totalidade de carregamentos de fertilizantes agrícolas ainda na posse de motoristas, que também eram cooptados para o crime”.
Em seguida, os envolvidos trocavam a carga por material supostamente adulterado para ser entregue ao destinatário, que, no caso eram os produtores rurais.
Ainda de acordo com a assessoria, como o produto entregue se tratava de uma simulação, o que originou a denominação da operação “Placebo”, sem estar destinada a nenhuma propriedade para o plantio, causava prejuízos diretos às lavouras, bem como aos transportadores, agenciadores e muitos outros que arcavam com os prejuízos das cargas subtraídas.
Na sequência, segue a assessoria, esse material verdadeiro era novamente “adulterado” e multiplicado, no qual eram adicionados produtos de baixo ou nenhuma qualidade, sendo posteriormente revendido a outros produtores rurais como fertilizante agrícola legítimo.
O Gaeco mato-grossense, apurou também que diversas empresas atuavam como verdadeiras “fabricantes” de nota fiscal, com a finalidade de legalizar uma “fictícia” entrada do produto em estoque, sendo que essas empresas ainda eram utilizadas para emissão de notas fiscais de venda e transporte do material subtraído, com aparência de produto legal.
O prejuízo causado pelos crimes investigados, somente no ano de 2019, são de cifras acima de R$ 39 milhões, conforme levantamentos parciais realizado pelas empresas de transporte, agenciamento, produção e comercialização de fertilizantes agrícolas.
REAÇÃO
A Operação Placebo, afirmou o Gaeco, é uma resposta das forças de segurança que visa combater a prática de crimes diversos que implicam prejuízo ao agronegócio mato-grossense, aos transportadores e agenciadores de carga e diversas outras empresas e pessoas que estão sendo vítimas de crimes extremamente prejudiciais à saúde financeira dos Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de comprometer a produção agrícola, em grande parte destinada à exportação.
Placebo, do latim placere, que significa “agradar”, são tratamentos que não possuem nenhuma propriedade farmacológica e, consequentemente, não atuam diretamente nas doenças.
O placebo não é apenas um medicamento, podendo ser qualquer procedimento médico, incluindo cirurgias e anestesias.
Agiram, também, na investigação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec ) de MT.