O mês de outubro começa nesta terça-feira, com a continuidade de onda de calor e alerta para tempo seco emitidos no fim do mês passado pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para Mato Grosso do Sul. Para piorar essas condições, fumaça de incêndios voltou a afetar a qualidade do ar, ao menos na Capital, e a previsão é que as temperaturas atinjam valores históricos ao longo do mês.
Segundo o meteorologista de Campo Grande, Natálio Abrão, os termômetros em outubro podem registrar valores inéditos desde o início do monitoramento climático do Inmet no Estado. A tendência é superarem os incríveis 44,6ºC que Água Clara e Paranaíba enfrentaram em 5 e 7 de outubro de 2020, respectivamente. Localizadas próximas à divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo, as cidades podem quebrar os próprios recordes em alguns dias.
Natálio destaca ainda que a sensação térmica deve ser maior do que 50ºC nos dias mais quentes. Ele prevê a de 51ºC para Ribas do Rio Pardo, por exemplo.
O meteorologista acrescenta que a altitude, declinação, cobertura vegetal, tipo de solo e estiagem explicam os municípios citados serem destacados como os mais quentes do Estado.
Com relação às fumaças, a Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar o avalia como “moderado” nesta manhã. A tendência é que o índice se mantenha assim e não piore, considerando que as chuvas previstas entre quarta (2) e quinta-feira (3) pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado) poderão ajudar a limpar a atmosfera dos poluentes.
Bandeira vermelha 2 – Começa a valer hoje a bandeira vermelha patamar 2, para todo o consumo de energia elétrica em todo o Brasil. A determinação é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A mesma bandeira foi acionada pela última vez em agosto de 2021, em razão de crise hídrica.
O impacto econômico da medida é uma conta de energia mais cara para o consumidor. Serão cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora.
De acordo com a Aneel, ela se justifica diante do risco hidrológico com as poucas chuvas, a queda no nível dos reservatórios e o preço de mercado de energia elétrica, que tem se elevado por conta da seca.
Como foi setembro – O mês anterior ficou marcado pelo agravamento da crise hídrica que o país enfrenta e a extensão de seus efeitos para 11 municípios de Mato Grosso do Sul, conforme avaliação do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Nesse cenário, a bandeira tarifária já era vermelha, só que no patamar 1.
Quanto às temperaturas, o último dia (30) de setembro teve Mato Grosso do Sul no topo das maiores medidas no Brasil pelo Inmet: 42,9ºC em Aquidauana; 42,8ºC em Corumbá; 42,3ºC em Nhumirim (Pantanal de MS); 41,9ºC em Coxim; 41,8ºC em Água Clara; e 41,4ºC em Miranda. Todas foram computadas até as 13h (horário local).
O mês nove teve ainda Água Clara se igualando a Cuiabá (MT) e registrando a maior temperatura máxima do ano até agora. Foram sentidos os extremos 43,1ºC em 25 de setembro, marcou também o Inmet.